• Quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Haddad diz ser contra projeto que limita endividamento da União

Ministro da Fazenda afirmou que proposta “não trará os melhores resultados” e defendeu um debate com economistas. Leia no Poder360

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 4ª feira (17.set.2025) ser contra o projeto de lei do senador Renan Calheiros (MDB-AL) que estabelece um teto de 80% do PIB para a dívida pública.

Segundo Haddad, o texto “não trará os melhores resultados”. O petista defendeu que a Fazenda já tem regras adequadas para assegurar a estabilidade das contas públicas, desde que executadas corretamente. 

“Eu já conversei de maneira muito respeitosa com o senador Renan a respeito desta tese. Me parece que nós temos já regras suficientes que, se cumpridas, vão trazer as variáveis macroeconômicas para o lugar certo”, disse o ministro. “Eu já expus a minha opinião para o senador, mas ele tem mandato e tem toda a liberdade”, afirmou Haddad durante o seminário “Riscos Fiscais Judiciais”, na sede da AGU (Advocacia-Geral da União).

O ministro sugeriu que um debate com economistas de diferentes correntes seja realizado antes de qualquer decisão: “A regra que está sendo proposta, eu penso que não vai trazer os melhores resultados. Isso pode ser objeto de um seminário com economistas. Eu sugeri a ele [Renan] que fizéssemos um seminário. Economistas de várias escolas para dizer a opinião a respeito disso”.                     

O relator do projeto, senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR), apresentou seu parecer na 3ª feira (16.set) na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), que é presidida por Renan Calheiros. O texto deve ser votado na próxima 3ª feira (23.set). 

Como o projeto é uma resolução do Senado, depende apenas da aprovação da Casa. Não precisa passar pela Câmara nem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Constituição dá à Casa Alta a competência de estabelecer limites globais para as dívidas da União, dos Estados e dos municípios.            

O relatório de Guimarães determina que a dívida bruta do governo federal não poderá ultrapassar 80% do PIB (Produto Interno Bruto) nem ser superior a 6,5 vezes o valor da receita corrente líquida da União.

A DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) é a somatória de todas as obrigações financeiras (empréstimos e financiamentos) assumidas pelo Governo Federal, pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e pelos governos estaduais e municipais do país. Esse valor costuma ser expresso como uma porcentagem do PIB para avaliar a capacidade da União em arcar com seus compromissos financeiros.

O dado mais recente divulgado pelo banco central é de junho. Naquele mês, a dívida do Brasil atingiu 77,6% do PIB.

Por: Poder360

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