O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, participou do 1º dia da Cúpula de Líderes da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), realizada em Belém (PA), nesta 5ª feira (6.nov.2025). Ele afirmou que as grandes economias têm que participar do aporte inicial do fundo florestal, que foi lançado mais cedo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“São elas [as grandes economias] que poluem o mundo, não são os países em desenvolvimento que poluem o planeta. Quem polui o planeta, são os países do 1º mundo. Então, são eles que têm que dar a parcela da contribuição para que nós possamos cuidar do nosso planeta“, declarou Jader Filho a jornalistas.
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O ministro citou as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 como exemplo da urgência de recursos para enfrentar eventos climáticos extremos. Ele visitou as cidades devastadas onde vítimas não puderam ser veladas por falta de estrutura. “Não dá para fazer só na vontade. Precisamos de recursos“, declarou.
Jader Filho é irmão do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O titular do Ministério das Cidades disse defender que a COP30 inclua a agenda urbana no centro das discussões climáticas. “Até 2050, 70% das pessoas no mundo viverão em cidades. Mais de 80% das emissões que acontecem hoje partem das cidades“, afirmou.
Ele também destacou a necessidade de descarbonização da frota de veículos e soluções para que as áreas urbanas parem de “agredir o planeta“.
O TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre) é estruturado como um fundo de investimento global. O mecanismo captará recursos no mercado a juros reduzidos e reinvestirá em projetos sustentáveis com maior taxa de retorno. A diferença será repassada aos países tropicais proporcionalmente à área preservada.
Mais de 70 países em desenvolvimento podem ser beneficiados. Cada um poderá receber até US$ 4 por hectare conservado, com monitoramento via satélite.
Brasil e Indonésia já anunciaram aportes de US$ 1 bilhão cada. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo espera arrecadar ao menos US$ 10 bilhões em recursos públicos até 2026, durante a presidência brasileira da COP.
Em comunicado conjunto divulgado em agosto, os países que integram o Tratado de Cooperação Amazônica apoiaram o fundo florestal como “instrumento inovador e complementar” aos mecanismos climáticos existentes. O texto destaca que o TFFF valoriza o papel dos povos indígenas e das comunidades locais na conservação das florestas.
O TFFF começou a ser articulado na COP28, em 2023, quando o Brasil apresentou a proposta pela 1ª vez. Agora, na COP30, o país busca consolidar o fundo como modelo para o financiamento climático global. Lula afirma que o objetivo é transformar a bioeconomia em uma nova frente de desenvolvimento sustentável.





