O presidente da França, Emmanuel Macron (Renascimento, centro) disse nesta 5ª feira (6.nov.2025) estar “bastante positivo” sobre a chance de assinatura do acordo comercial entre UE (União Europeia) e Mercosul. Ele deu entrevista a jornalistas na Cúpula de Líderes da COP30 em Belém (PA) depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cúpula vai até 6ª feira (7.nov).
A França pediu em outubro de 2025 salvaguardas adicionais para assinatura do acordo. Quer maior proteção a agricultores e pecuaristas franceses. Em dezembro de 2024, Macron dizia que o acordo era “inaceitável”.
O líder francês afirmou que a situação global mudou. “Nós falamos de um momento em que o mercado chinês se fecha mais a cada dia, por excesso de produção, e o mercado norte-americano é muito mais difícil por causa das tarifas, que não existiam há 1 ano”, afirmou.
Macron disse que o acordo UE-Mercosul beneficiará a indústria francesa e produtores de vinho que buscam diversificação de mercado. “Consideramos que, para muitos setores, o acordo é positivo. Mas para alguns setores, sobretudo agricultores, é muito prejudicial. Por isso pedimos à União Europeia medidas de segurança, controles suplementares e apoio a nossos agricultores”
Macron disse ter sido “ouvido” pela União Europeia ao apresentar os pedidos. “Tenho esperança, mas estou vigilante”, afirmou.
O presidente francês disse também ter conversado com Lula sobre a cooperação no setor militar. Mencionou helicópteros e submarinos. O Brasil tem um programa de produção de submarinos com apoio da França.
Macron conversou com o presidente da Síria, Ahmed Hussein al-Sharaa, que participa da Cúpula de Líderes da COP30 em Belém. “É responsabilidade dele dar espaço a todos os integrantes da sociedade síria”, disse. O país teve a 1ª eleição em outubro depois da queda de Bashar al-Assad.
A França anunciou na Cúpula da COP30 a doação de 500 milhões de euros para o TFFF (Fundos Florestas Tropicais para Sempre). O fundo é a principal aposta do governo brasileiro durante a COP30. Mas não é algo que dependerá de negociações diplomáticas. Os países interessados poderão aderir.





