• Quarta-feira, 16 de julho de 2025

Governo Lula trabalhará para reverter tarifas em julho, diz Alckmin

Vice-presidente afirma que tentará buscar prorrogação de tarifas “se necessário”; ele recebeu representantes da indústria nesta 3ª feira (15.jul)

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta 3ª feira (15.jul.2025) que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalhará para reverter as tarifas dos EUA até o início da vigência, em agosto. Afirmou que, se necessário, tentará prorrogar o prazo imposto pelo governo norte-americano.

Nós queremos resolver o problema e o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar neste sentido”, declarou Alckmin depois de reunião com empresários da indústria nesta 3ª feira (15.jul.2025). Ele declarou que a reunião foi “proveitosa”.

Alckmin disse que o governo solicitou que o governo federal ouvisse o setor privado para tratar das tarifas de 50% dos Estados Unidos contra a exportação dos produtos brasileiros.

“O que nós ouvimos aqui é: negociação. Ou seja, um empenho para rever, o que coincide com a proposta do governo brasileiro do presidente Lula. Depois, foi colocado a questão de que o prazo é exíguo, que é um prazo curto e que nós deveríamos, de repente, trabalhar pela questão da sua dilação”, declarou o vice-presidente.

Mais cedo, na reunião Alckmin disse para o setor produtivo procurar os “parceiros” norte-americanos para envolvê-los nas negociações das tarifas comerciais com o Brasil. Afirmou que o tarifaço tem potencial de elevar a inflação dos Estados Unidos.

“Foi colocado aqui o empenho do setor produtivo, que vai conversar com seu congêneres nos Estados Unidos, para quem eles vendem, de quem eles compram. Vamos envolver [eles] também, porque é uma relação importante que repercute também nos Estados Unidos, podendo encarecer produtos e a economia americana”, disse Alckmin.

O vice-presidente declarou ainda que a situação é uma “oportunidade” para fazer mais acordos comerciais.

O vice-presidente voltou a dizer que, dentre os 10 produtos mais exportados pelos EUA ao Brasil, 8 são “ex tarifário”, com incentivo fiscal, ou tarifa zero. “A tarifa média é de 2,7%”, disse.

“De janeiro a junho, as exportações do Brasil para os Estados Unidos aumentaram 4,37%. E, dos Estados Unidos para nós do Brasil, aumentaram 11,48%. O momento que é recorde a exportação dos Estados Unidos para o Brasil, quase 3 vezes mais a nossa exportação. Portanto, é totalmente incompreensível essa decisão da tarifa”, disse Alckmin. Ele defendeu que a medida do presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), encarece os produtos nos EUA.

Alckmin declarou que o Brasil tem uma importante “complementariedade” econômica com as empresas norte-americanas. E citou o mercado de aço: “Nós somos o 3º comprador do carvão siderúrgico americano. Fazemos o aço semi-plano. Vendamos para os EUA e eles fazem o produto acabado, o motor, o automóvel”.  

As reuniões serão feitas em duas etapas: no bloco da manhã, às 11h, a participação será do setor industrial. O agronegócio conversará com os ministros às 14h.

Alckmin defendeu a separação dos poderes e o “espírito das leis”. Afirmou que o governo federal não tem ação sobre outro poder. Na carta com o anúncio das medidas, Trump declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sofre perseguição no país.

Leia os ministros que participaram da reunião:

Eis a íntegra da lista de presentes da reunião (PDF – 89 kB). Entre os convidados, estavam:

O objetivo é ouvir as impressões de quem potencialmente serão os mais afetados pelo tarifaço promovido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que deve entrar em vigor em 1º de agosto.

Segundo apurou o Poder360, Lula reforçou aos ministros a necessidade de diálogo com os empresários e de tentar uma saída negociada com os norte-americanos.

A nova política tarifária dos EUA atinge diretamente a indústria brasileira. A Casa Branca argumenta que as tarifas buscam proteger a produção interna norte-americana em setores considerados estratégicos. O governo brasileiro considera a medida inadequada e estuda retaliações com base na Lei de Reciprocidade Econômica.

Por: Poder360

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