O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pagará para trazer o corpo da brasileira Juliana Marins, 26 anos, que morreu na Indonésia. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, as despesas devem ser custeadas ou angariadas pela família, como determina a legislação. A posição foi criticada por deputados de oposição nas redes sociais.
Juliana teve a morte confirmada na 3ª feira (24.jun.2025) depois de 4 dias de buscas no vulcão Rinjani. Ela caiu em uma área de difícil acesso e estava a cerca de 1 km da trilha principal do vulcão. O resgate foi interrompido algumas vezes por causa do clima e o corpo foi recuperado nesta 4ª feira (25.jun) por uma equipe de voluntários.
O Itamaraty afirmou que a Embaixada do Brasil na Indonésia deslocou 3 pessoas até a área do vulcão, a 1.200 km de Jacarta, para prestar a assistência consular dentro do que a lei (decreto 9.199 de 2017) permite.
Segundo o artigo 257 do decreto, essa assistência consular engloba:
O trecho diz que não cabe ao governo brasileiro “o custeio de despesas com sepultamento e traslado de corpos de nacionais que tenham falecido do exterior, nem despesas com hospitalização, excetuados os itens médicos e o atendimento emergencial em situações de caráter humanitário”.
Na 3ª feira (24.jun), quando a morte de Juliana Marins foi confirmada, o Ministério das Relações Exteriores disse em nota que “transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente”.
Deputados de oposição ao governo foram às redes sociais criticar Lula pela falta de ajuda no custeio do traslado do corpo de Juliana.
Os congressistas compararam a situação da brasileira que morreu na Indonésia com o caso da ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia. Disseram que a administração petista foi mais eficiente para conceder asilo diplomático à política condenada por corrupção do que no auxílio à família de Juliana.
Em audiência na Câmara dos Deputados em 20 de maio, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) defendeu a decisão de conceder o asilo a Heredia e de enviar um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para buscá-la. Ela e o marido, o ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016), foram condenados pela Justiça peruana a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro durante a campanha eleitoral de 2011.