O MIR (Ministério da Igualdade Racial) lançou nesta 5ª feira (3.jul.2025) o edital Mãe Beata de Iemanjá Contra o Racismo Ambiental, que premiará 54 iniciativas de justiça ambiental desenvolvidas por Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro e de Matriz Africana.
O lançamento se deu no terreiro localizado em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e teve a participação da ministra da Igualdade Racial. Anielle Franco, e da primeira-dama Janja da Silva.
A ministra Anielle Franco destacou a relevância da iniciativa: “Esse prêmio é ainda mais relevante em ano de COP30, uma vez que o MIR tem defendido a pauta da participação dos afrodescendentes, povos e comunidades tradicionais e de matriz africana nas negociações sobre clima e meio-ambiente”.
A primeira-dama Janja da Silva enfatizou o papel das comunidades tradicionais: “São as religiões de matriz africana, e especialmente as mulheres, as grandes protetoras do meio ambiente e articuladoras de ações de adaptação às mudanças climáticas”.
Cada iniciativa selecionada receberá R$ 15 mil, totalizando um investimento de R$ 810 mil. O edital contemplará ações já realizadas ou em andamento que promovam a justiça ambiental no Brasil.
A criação do edital resulta de um Termo de Execução Descentralizada firmado entre o MIR, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Fundação José Bonifácio, com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
As inscrições começam na 6ª feira (4.jul.2025) e seguem até 4 de agosto, exclusivamente pelo site editalmaebeatadeiemanja.prosas.com.br. O processo seletivo prevê a escolha de duas ações por unidade da Federação, garantindo distribuição regional equilibrada dos recursos.
Durante a cerimônia, o MIR prestou homenagem à Mãe Beata de Iemanjá, recebida por pai Adailton de Ogum, atual líder do Ilê Omiojuarô. O terreiro, fundado por Mãe Beata em 1985, foi tombado como patrimônio cultural do estado do Rio de Janeiro em 2015.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também esteve presente no lançamento do edital. A avaliação das propostas será realizada por uma comissão especial, que será nomeada por portaria da UFRJ.
Poderão inscrever iniciativas a autoridade máxima do povo ou comunidade tradicional, uma pessoa indicada por essa liderança ou um representante legal da comunidade.