A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse nesta 3ª feira (2.set.2025) respeitar a decisão de União Brasil e PP de deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas afirmou que quem ocupa cargos na administração direta, indireta e nos Estados deve ter “compromisso”. Em recado a aliados como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ela citou que a mesma cobrança se aplica a quem indica nomes para o governo federal.
“Quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a democracia e o estado de direito, nossa soberania. Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional”, escreveu Gleisi em seu perfil no X (ex-Twitter).
No 1º anúncio da federação que une os 2 partidos, foi determinado que todos os filiados deverão deixar seus cargos na administração petista. Ou seja, os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) também terão que abandonar a Esplanada. As siglas afirmam que, em caso de descumprimento, “haverá afastamento em ato contínuo” ou, caso a “permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto”.
Segundo apurou o Poder360, há um desconforto dos ministros por julgarem que há 2 pesos e duas medidas no tratamento dos cargos das siglas no 1º escalão. Na avaliação dos governistas, se quiserem deixar o Executivo, União Brasil e PP precisam renunciar a postos mais estratégicos.
O PP, por exemplo, é o responsável pela indicação do presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira. Foi uma indicação de Lira, ex-presidente da Câmara. Deve seguir no cargo num 1º momento. Já o União Brasil tem nomes na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
Outro ponto é a indicação da “cota pessoal” de Alcolumbre. O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, por exemplo, é indicado pelo senador. Na avaliação do governo, não tem nenhum motivo para obrigar o ministro a sair do cargo com o desembarque das legendas da base de apoio.
O prazo para que os filiados possam renunciar aos cargos deve ser definido na 4ª feira (3.set), depois da reunião do União Brasil.
A federação tem a maior bancada do Legislativo e deve intensificar os trabalhos com a base da oposição do governo de Lula. Além dos 109 deputados e 14 senadores, os partidos têm, juntos, 4 ministérios.
Assista ao anúncio (3min11s):