Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores voltou a publicar nota após a captura de todos os brasileiros condenando, nos mais fortes termos, a "interceptação ilegal e a detenção arbitrária, por Israel, na última madrugada, em águas internacionais, das embarcações que integram a Flotilha Global Sumud, assim como a detenção ilegal de ativistas pacíficos, dentre os quais quinze nacionais brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins.” Na nota oficial, o governo brasileiro informa ainda que notificou formalmente o governo de Israel por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv e da Embaixada de Israel em Brasília.Deportações
O Ministério das Relações Internacionais de Israel publicou fotos de alguns integrantes da Flotilha Global Sumud com a afirmação de que “estão em andamento procedimentos para encerrar a provocação do Hamas-Sumud e finalizar a deportação dos participantes dessa farsa”, destaca o órgão. De acordo com a publicação, quatro cidadãos italianos já foram deportados e os demais estão em processo de deportação. O texto nega o cerco à Faixa de Gaza e afirma que as ajudas humanitárias poderiam ter sido "transferidas pacificamente".Defesa jurídica
Por meio de nota, o movimento informou que os integrantes são representados juridicamente pelo Centro Jurídico para os Direitos das Minorias Árabes em Israel (Adalah, justiça em árabe). De acordo com o informe, é primeiro centro jurídico administrado por árabes palestinos em Israel e a única organização a atuar nos tribunais israelenses para proteger os direitos humanos dos palestinos na região. De acordo com o movimento, os participantes foram transferidos para a prisão de Kesdiot, no deserto de Negev, instalação localizada entre Gaza e o Egito, distante aproximadamente 30 da fronteira egípcia.Segundo a nota, tal documento implica o reconhecimento da entrada ilegal em Israel e o banimento por mais de 100 anos da região. De acordo com o relato dos juristas que acompanham o caso, durante os interrogatórios, os ativistas foram visitados por dois ministros israelenses, inclusive o da Defesa, Itamar Ben-Gvir.“Até o momento, pouquíssimos participantes assinaram o Pedido de Saída Imediata. Os participantes foram informados previamente, que poderiam assinar o documento que permitiria um processo de liberação mais rápido. No entanto, sem a assinatura desse pedido, a legislação israelense permite a detenção por até 72 horas (três dias).”
“A presença dessas autoridades no local chama atenção, e indica a tentativa de intimidação política do governo sionista, e reforça a necessidade de vigilância constante por parte das equipes diplomáticas e jurídicas envolvidas”, reforça.
Greve de fome
O informativo destaca ainda o início de uma greve de fome declarada por alguns dos integrantes do grupo internacional. “Sendo essa uma reconhecida prática de desobediência civil pacífica, usada historicamente por indivíduos e grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade ou cujas vozes foram sistematicamente silenciadas pelas estruturas de poder”, destaca.Nova onda
Uma nova onda de nove embarcações denominada Freedom Flotilha Coalition deixou a Europa em direção Faixa de Gaza. Até o momento, o grupo não informou se há brasileiros nas embarcações. Relacionadas
Brasil cobra de Israel libertação de brasileiros detidos em flotilha

Protestos europeus fecham ruas após bloqueio de flotilha por Israel

Deputada presa em flotilha pede fim de relações econômicas com Israel