• Quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Fazendeiro que é fazendeiro não faz cruzamento, diz maior pecuarista do Xingu

Para um dos maiores pecuaristas do Brasil, investir no Nelore e respeitar a natureza do gado garante eficiência, lucro e menos trabalho no manejo de corte

Para um dos maiores pecuaristas do Brasil, investir no Nelore e respeitar a natureza do gado garante eficiência, lucro e menos trabalho no manejo de corte O Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, e a pecuária de corte é uma atividade estratégica para o agronegócio nacional. Entre os principais desafios do produtor estão a escolha da raça, o manejo adequado e a decisão sobre realizar cruzamentos. Para especialistas do setor, um princípio é claro: “fazendeiro que é fazendeiro não faz cruzamento”. Essa afirmação foi detalhada em entrevista realizada pelo MF Cast, com um produtor experiente que atua há décadas no manejo de gado Nelore e cruzamentos, o pecuarista Carlito Guimarães. Segundo ele, a maioria das fazendas ainda mantém o Nelore como raça predominante. A escolha não é por acaso: o Nelore combina rusticidade, adaptabilidade às condições climáticas brasileiras e eficiência alimentar. “Não é necessário colocar o gado no cocho nem engordar à força. A rusticidade é a grande qualidade da raça”, explica.
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    Desafios e riscos do cruzamento de raças Embora o cruzamento entre raças europeias e zebuínas possa gerar bezerros que ganham peso mais rapidamente, ele envolve desafios significativos. É um processo que exige mais mão de obra, acompanhamento constante e custo elevado. É preciso inseminar milhares de vacas, acompanhar gestação, fornecer suplementação adequada e garantir que as mães estejam em boas condições para parir novamente. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});O produtor compartilhou uma experiência prática: em um lote de 2 mil vacas submetidas à inseminação, apenas 30% completaram o ciclo com sucesso. “Se você não tratar bem a vaca e o bezerro, não adianta. O bezerro precisa mamar corretamente, e a vaca precisa de cuidados nutricionais para manter o ciclo de reprodução”, conta. Essa realidade mostra que o cruzamento exige atenção redobrada e planejamento detalhado. Eficiência do Nelore e manejo natural A criação de Nelore oferece uma alternativa mais prática e econômica. Criado solto no pasto, o gado consome menos e converte melhor a alimentação em carne. Comparando com raças europeias, enquanto 10 kg de ração produzem 1 kg de carne, o Nelore gera aproximadamente 1,2 kg com o mesmo volume. Hoje, cerca de 90% do gado de corte no Brasil é criado em pasto, sendo apenas 10% destinado ao confinamento precoce. Para os produtores, isso significa menos trabalho intenso, menor gasto com mão de obra e alimentação, e maior previsibilidade no manejo reprodutivo. “Você deixa o gado seguir o ritmo da natureza, e ele cresce bem, saudável e com lucro”, afirma o especialista entrevistado pelo MF Cast. Manejo do bezerro e nutrição da vaca Um ponto crucial destacado na entrevista é a importância de tratar bem tanto a vaca quanto o bezerro. O bezerro precisa mamar adequadamente para se desenvolver, enquanto a vaca precisa de proteína e nutrição para manter a fertilidade. Quando se trabalha com cruzamentos industriais, é comum que os bezerros precisem de alimentação suplementar, aumentando os custos de produção. No caso do Nelore, o manejo é mais simples: o bezerro mama normalmente, cresce no pasto e a vaca consegue parir e criar com menos intervenção humana. Essa eficiência reduz riscos e custos, além de favorecer a sustentabilidade da atividade. Cruzamento industrial: quando vale a pena? Apesar das vantagens do Nelore, o cruzamento industrial pode ter valor estratégico em alguns contextos. Algumas peças de carne, como picanha e alcatra, podem ser ligeiramente mais valorizadas. No entanto, para a maior parte dos cortes, a diferença de preço entre Nelore bem manejado e cruzamento industrial é mínima. O produtor reforça que, do ponto de vista econômico, o Nelore supera o cruzamento em eficiência alimentar e custo-benefício. “Criar Zebu é muito mais barato e eficiente que criar europeu. Você gasta menos para gerar mais carne, e o gado cresce de forma saudável”, resume. O consenso entre produtores e especialistas é que respeitar a natureza do gado é o caminho para uma pecuária rentável e sustentável. Criar Nelore no pasto, com manejo correto e atenção à nutrição de mãe e bezerro, garante produtividade, reduz custos e simplifica a rotina da fazenda. Para quem busca eficiência, lucro e menor complexidade no dia a dia, a estratégia é clara: investir na raça Nelore, manter o gado solto no pasto e evitar cruzamentos complexos e intensivos. Como reforça o especialista entrevistado, “respeitar a natureza do gado é a forma mais segura de fazer pecuária de corte no Brasil”. Escrito por Compre Rural com informações da MF Cast. VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
    Por: Redação

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