• Terça-feira, 9 de setembro de 2025

Ex-premiê britânico recebeu R$ 1,8 mi após reunião com Maduro, diz jornal

Segundo ‘Guardian’, documentos vazados de escritório de Boris Johnson mostram pagamento de fatura por fundo de hedge.

O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson (Partido Conservador, direita) recebeu um pagamento de cerca de £ 240.000 (cerca de R$ 1,8 milhão) após se reunir com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (PSUV, esquerda). As informações foram reveladas pelo jornal The Guardian.

De acordo com o jornal, a reunião de 45 minutos ocorreu em fevereiro de 2024. O encontro foi realizado durante uma pausa nas férias familiares de Johnson na República Dominicana.

Documentos vazados do escritório particular do ex-premiê mostram que a fatura foi enviada ao fundo de hedge Merlyn Advisors, gerido por Maarten Petermann, que também esteve presente na reunião com Maduro. Segundo o Guardian, a fatura foi enviada em 15 de março de 2024 e foi paga em 7 de maio do mesmo ano.

A reportagem não pôde confirmar se o pagamento de £ 240.000 foi realizado especificamente em razão do encontro com Maduro.

Os arquivos, conhecidos como “Boris Files”, revelam que Johnson havia assinado um contrato com Merlyn Advisors em setembro de 2023.

Segundo a reportagem, o acordo estabelecia pagamentos de £ 200.000 (R$ 1,5 milhão) por reunião, com potencial para alcançar £ 1,6 milhão (R$ 11,7 milhões) por ano caso fossem realizados 8 encontros.

O contrato teria duração de 2 anos a partir de outubro de 2023 e incluía pagamentos mensais de £ 35.000 (R$ 258.000) para apoiar um think tank que Johnson planejava criar no Reino Unido.

O pagamento contradiz declarações anteriores do ex-premiê, que afirmou: “Não é verdade dizer que fui pago por quaisquer reuniões na Venezuela“. Johnson também negou ter relações contratuais com o fundo de hedge Merlyn Advisors.

Antes da viagem, Johnson telefonou para David Cameron (Partido Conservador), então secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, a partir de um jato particular sobre o Mar do Caribe. Segundo o Sunday Times, Johnson não informou Cameron sobre o envolvimento de Petermann na reunião.

Durante seu mandato como primeiro-ministro, Johnson havia anteriormente caracterizado Maduro como um “ditador de um regime maligno“.

Johnson não respondeu a pedidos de comentários por parte do Guardian. Petermann disse que não tinha nada a declarar sobre o assunto.

Por: Poder360

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