• Quarta-feira, 25 de junho de 2025

Academia policial de SC capacitará agentes com hologramas

Tecnologia de realidade mista contará com simulação envolvendo IA e munição de verdade.

A Academia de Polícia Civil de SC (Santa Catarina) irá utilizar uma tecnologia de realidade imersiva com drones para capacitar agentes de nível básico. Trata-se de uma combinação de óculos de realidade virtual, localizações reais escaneadas e armas de fogo com disparos físicos.

A unidade deve incorporar o programa nos próximos 3 meses, quando o software for finalizado.

Alexandre Vasques, ex-head de inovação na Microsoft Latam, head de inovação da DXC e fundador da Hololab é o responsável pelo desenvolvimento do programa. Para o empresário, o uso de IA e outras tecnologias pode melhorar a capacitação dos agentes de segurança e reduzir o custo do processo.

A gente sempre procurou desenvolver coisas com potencial da realidade nacional”, disse. Vasques foi um dos palestrantes do evento “Segurança do Amanhã” nesta 3ª feira (24.jun.2025), na sede da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

As simulações incluem cenários previamente escaneados por drones e são adaptáveis. Segundo o empresário, isso aproxima o policial de onde ele vai atuar depois do treinamento.

Desde 2020, a Hololab tem uma parceria com a Academia de Polícia Civil de SC para substituir os alvos de papel. É o “projeto piloto” do hub dentro da segurança pública.

Com a implementação de inteligência artificial nas simulações, os hologramas respondem de acordo com os comandos do policial em treinamento. “Você consegue ter as métricas, para avaliar se esse aluno passou, se fez as coisas erradas e assim por diante”, afirma Vasques.

No caso de SC, os programadores têm utilizado escolas como referência para os hologramas após casos de ataques e massacres.

Júlio Saldanha, instrutor da Academia desde 1997, disse que a tecnologia imersiva é capaz de oferecer um fator de “estresse”, que muitas vezes não está presente durante o treinamento de novos policiais. “O policial treina sem emoção. O estresse muda tudo copletamente”, afirmou.

Vasques afirma que os disparos de realidade imersiva podem cortar custos e, consequentemente, melhorar o treinamento de forças policiais com orçamentos menores.

“Tem forças policiais que não chegam a 300 horas de treinamento. Fora a quantidade baixa de tiros que esses policiais acabam dando. Você vai colocar um policial em operação com 50 tiros? Isso acontece”, declarou

Segundo o empresário, o último ajuste necessário para incluir a atualização do sistema na Academia é o geoposicionamento da arma virtual, de forma a sincronizar os movimentos da vida real com as lentes dos óculos 3D.

Saldanha afirmou ao Poder360 que 10 dispositivos é o número ideal para uma turma de delegados iniciantes.

Vasques disse que cada kit custa R$ 5.000, quando comprados em produções de baixa escala. Ou seja, se mais academias policiais aderirem ao projeto, seria necessário um investimento de R$ 50 mil.

O empresário e o instrutor ainda gostariam de expandir a dinâmica para outros Estados, mas dizem que dependem de interesses das academias e de outros fomentos.

Quando questionado sobre possíveis conversas com o Ministério da Justiça, Vasques respondeu que estava no evento para “pedir o apoio”. “Eu acho que não é só o tamanho do Ministério de Justiça, mas também a possibilidade de termos uma padronização que é importante no Brasil”, declarou.

Por: Poder360

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