Em semana de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), os agentes financeiros reduziram de 4,85% na semana anterior para 4,83% nesta 2ª feira (15.set.2025) a mediana das estimativas para a inflação do Brasil de 2025, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O BC (Banco Central) divulgou o Boletim Focus com as projeções dos agentes financeiros. Leia a íntegra (PDF – 767 kB).
A mediana para a inflação anual do país está fora do intervalo permitido pela meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). O colegiado formado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, estabeleceu um objetivo inflacionário de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
A taxa anualizada está acima do teto da meta, de 4,5%, há 11 meses consecutivos. A última vez que o IPCA esteve dentro dos limites foi em setembro de 2024, quando subiu 4,42% no acumulado de 12 meses.
Para 2026, a mediana das estimativas dos agentes financeiros para a inflação foi mantida em 4,30%.
Os analistas também não mudaram a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país. A expectativa é de uma alta de 2,16% na atividade econômica em 2025.
Para 2026, o mercado reduziu de 1,85% para 1,80% a estimativa para o crescimento do PIB.
Os agentes financeiros diminuíram de R$ 5,55 para R$ 5,50 a mediana das projeções para a cotação do dólar no fim do ano. Essa foi a 4ª redução semanal consecutiva. Para 2026, a estimativa se manteve em R$ 5,60.
A mediana das estimativas dos agentes financeiros indica que o BC (Banco Central) manterá a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. O Copom decidirá o próximo patamar na 4ª feira (17.set), quando haverá reunião. Será a 2ª reunião consecutiva em que o BC não mudará o patamar, segundo projeções dos agentes financeiros.
A autoridade monetária já sinalizou que parte do impacto da Selic elevada “ainda está por vir” e que deverá ficar em 15% por período prolongado.
O BC elevou a Selic para 15% em junho para controlar o aumento de preços na economia. A inflação foi de 5,13% no acumulado de 12 meses em agosto. A taxa mensal foi negativa, de 0,11%, ou seja, uma queda de preços.
Responsável por controlar a inflação, o Banco Central publicou uma carta em julho para dizer que a taxa anualizada deve voltar para o intervalo permitido no 1º trimestre de 2026.
A autoridade monetária elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 15,00% ao ano em junho. A medida foi adotada para desestimular o consumo e o acesso a crédito. Na prática, esfria a economia.