• Terça-feira, 21 de outubro de 2025

Eleição na Bolívia reduz desvantagem da direita na América do Sul

Rodrigo Paz Pereira, eleito no domingo (19.out), rompeu com a hegemonia de duas décadas da esquerda no país.

Em somente 9 dias, a direita reduziu sua desvantagem para a esquerda na América do Sul de 6 para 2 países. Rodrigo Paz Pereira (Partido Democrata Cristão, centro-direita), foi eleito presidente da Bolívia no domingo (19.out.2025), encerrando 20 anos de governos do MAS (Movimento ao Socialismo, esquerda). Antes disso, em 10 de outubro, o Congresso do Peru destituiu Dina Boluarte (sem partido, esquerda), que foi substituída por José Jerí (Somos Peru, centro-direita).

Com isso, o número de países governados pela esquerda no continente foi de 9 para 8, e pela direita, de 3 para 4. Depois da posse de Paz Pereira na Bolívia, em 8 de novembro, serão 7 os governos de esquerda e 5 os de direita.

Ao comparar o mapa político sul-americano dos últimos 10 anos, percebe-se um forte avanço da direita de 2015 para 2020 (de 3 para 6 países governados) e, depois, um retorno da esquerda.

Além disso, em 2015 a direita governava 4 dos 5 países do Cone Sul: Dilma Rousseff no Brasil, Cristina Kirchner na Argentina, Michelle Bachelet no Chile e Tabaré Vázquez no Uruguai.

Em 2020, a direita havia conquistado o poder no Brasil (Jair Bolsonaro), no Chile (Sebastián Piñera) e no Uruguai (Luis Lacalle Pou). A Argentina também teve um presidente de direita nesse intervalo (Maurício Macri), mas a esquerda já havia retomado o poder, com Alberto Fernández.

Em 2025, a relação se inverteu, com a esquerda governando Brasil (Luiz Inácio Lula da Silva), Chile (Gabriel Boric) e Uruguai (Yamandú Orsi), e a direita governando a Argentina (Javier Milei).

A exceção no Cone Sul é o Paraguai, que se manteve governado pela direita de 2015 a 2025, com Horacio Cartes, Mario Abdo Benítez e Santiago Peña.

Até a queda de Dina Boluarte e a vitória de Rodrigo Paz Pereira, a esquerda estava governando o mesmo número de países que governava há 10 anos na América do Sul.

O mapa político da América do Sul é marcado, em muitos casos, por significativas transições de poder. Em 25 anos, o Peru teve 11 presidentes. Ao passo que a Argentina, nos últimos 10 anos, viveu uma alternância entre governos de esquerda e de direita.

Além do Paraguai, os únicos países do continente que se mantiveram governados pelo mesmo espectro político nos últimos 10 anos foram Suriname (com leve alternância da esquerda para a centro-esquerda) e a Venezuela, governada por Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) desde 2013. Maduro assumiu o poder com a morte de Hugo Chávez, que já governava o país desde 1999.

Próxima nação do continente a realizar eleições, o Chile decidirá seu próximo em 16 de novembro. Atualmente governado por Gabriel Boric (Frente Ampla, esquerda), o país vive uma acirrada disputa entre a candidata governista Jeannette Jara (Partido Comunista do Chile) e o político de direita José Antonio Kast (Partido Republicano do Chile).

Por: Poder360

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