• Terça-feira, 21 de outubro de 2025

Trump repete roteiro usado contra Maduro e liga Petro ao tráfico

Assim como fez com Nicolás Maduro, Donald Trump passou a ligar o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ao tráfico internacional

Em meio a movimentação militar dos Estados Unidos no Caribe, iniciou uma ofensiva contra o presidente da Colômbia, no último fim de semana. E, para justificar falas e decisões, o líder norte-americano repetiu o Acusações contra Gustavo Petro No domingo, Donald Trump acusou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de ter ligações com o tráfico internacional de drogas. Horas depois da fala do presidente dos EUA, o secretário de Guerra do país, Pete Hegseth, anunciou um ataque norte-americano contra uma embarcação colombiana. A operação ocorreu nas águas do Caribe, informou o chefe do Pentágono. Anteriormente, a administração Trump usou a mesma retórica para iniciar uma ofensiva contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.  Contestado pela comunidade internacional, Maduro foi apontado por Washington como chefe do cartel de Los Soles. O grupo foi recentemente reclassificado como organização terrorista pelos EUA.  Com a mudança na política externa norte-americana de combate ao tráfico, o governo Trump abriu brechas para que operações militares dos EUA fossem realizadas em outros países, sob a bandeira do combate ao terrorismo.  No último domingo, o presidente dos EUA foi à rede social Truth para atacar o líder colombiano, “O presidente colombiano Gustavo Petro é um líder do tráfico de drogas que incentiva fortemente a produção em massa de drogas, em campos grandes e pequenos, por toda a Colômbia”, escreveu Trump, sem apresentar provas. “Tornou-se, de longe, o maior negócio da Colômbia, e Petro não faz nada para impedi-lo, apesar dos pagamentos e subsídios em larga escala dos EUA, que nada mais são do que um roubo a longo prazo da América”. Por conta disso, o líder norte-americano anunciou a suspensão de subsídios enviados de Washington para Bogotá. Trump, porém, não detalhou quais pagamentos serão cortados. No mesmo dia das declarações do presidente dos EUA, o secretário de Guerra norte-americano, anunciou um novo ataque no Caribe (o sétimo desde o início da mobilização norte-americana na região). Desta vez contra um barco supostamente operado pelo grupo guerrilheiro que opera na Colômbia, classificado pelos EUA como organização terrorista. De acordo com Hegseth, a embarcação estava envolvida no “contrabando ilícito de narcóticos”, e transportava “quantidades substanciais” de drogas. Provas concretas da ligação do barco com o tráfico internacional não foram divulgadas pelo governo norte-americano, assim como em outras ocasiões. Três homens teriam sido mortos durante a operação. Veja o momento do ataque: Resposta a Petro As acusações contra Petro surgiram após o presidente da Colômbia, denunciar uma violação do espaço marítimo do país por parte dos norte-americanos. Em uma publicação na rede social X, o mandatário colombiano afirmou que uma das operações dos EUA em águas do Caribe resultou na morte de um pescador. “Autoridades do governo dos EUA cometeram assassinatos e violaram nossa soberania em águas territoriais”, escreveu Petro. “O pescador Alejandro Carranza não tinha vínculos com o narcotráfico e sua atividade diária era a pesca. O barco colombiano estava à deriva e tinha um sinal de socorro porque um motor estava quebrado”. Segundo um familiar do pescador, Alejandro Carranza teria sido morto por forças norte-americanas em meados de setembro, enquanto pescava nas águas do Caribe, disse em entrevista à mídia estatal do país. Até o momento, Washington ainda não se pronunciou sobre a morte. Leia também Roteiro semelhante Em julho deste ano, o governo Trump subiu o tom contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e usou roteiro semelhante ao que apontou Petro como parte do esquema de tráfico de drogas no Caribe. Na época, Washington alegou que o líder chavista era o chefe do cartel de Los Soles. Mesmo grupo que, dias depois, foi reclassificado como organização terrorista pelos EUA, tal qual o Exército de Libertação Nacional (ELN) na Colômbia. Com isso, o Pentágono iniciou uma mobilização militar no Caribe, sob a justificativa de combater grupos criminosos que operam na região, como o Los Soles. Com isso, uma frota de navios de guerra norte-americano, incluindo um submarino nuclear, foi enviado para as águas do Caribe. Desde então, Trump anunciou ataques contra sete embarcações na região, a maioria próximo à costa da Venezuela, que resultaram na morte de 27 pessoas. Mesmo que negue a intenção de uma possível interferência na Venezuela, a mobilização militar norte-americana é vista com atenção pela comunidade internacional,
Por: Metrópoles

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