• Segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Dor de crescimento atinge até 37% das crianças. Entenda o incômodo

Desconfortos e dores nas pernas são comuns em fases de estirão, mas especialistas alertam que alguns sinais indicam necessidade de avaliação

Durante a infância e a adolescência, o corpo passa por várias transformações. crescem em ritmos diferentes, o que pode causar a dor de crescimento, geralmente sentida nas pernas. Estima-se que até 37% das crianças tenham as dores, e é preciso atenção para diferenciar o que faz parte do desenvolvimento natural e o que pode indicar um problema ortopédico mais sério. costumam aparecer no fim do dia, , ou à noite. Normalmente, desaparecem pela manhã e não deixam sequelas. Ainda assim, o incômodo pode preocupar pais e cuidadores, principalmente quando surge de forma frequente ou limita as atividades diárias da criança. Leia também Por que o crescimento causa dor Durante o estirão — fase em que o crescimento é mais rápido — os ossos podem se alongar antes que músculos e tendões consigam acompanhar. Essa diferença de ritmo cria tensão nas articulações e nas regiões de inserção muscular. Além disso, o corpo em desenvolvimento passa por mudanças na forma de andar e de se equilibrar. Como o comprimento das pernas e dos músculos muda em pouco tempo, é comum que a criança adote uma marcha diferente, com passos mais curtos ou postura alterada, até que o corpo se adapte novamente. “Essas mudanças na marcha e na postura aumentam a sobrecarga nas articulações e nos músculos, o que explica parte do incômodo relatado durante o estirão”, explica a ortopedista Juliana Munhoz, de São Paulo. Quando o crescimento ocorre de forma acelerada, é comum que a biomecânica corporal mude temporariamente. A criança pode sentir dor nos joelhos, pernas e calcanhares, principalmente após atividades intensas. Em geral, esses sintomas são passageiros e não interferem no dia a dia. Sinais de alerta da dor de crescimento Especialistas ouvidos pelo Metrópoles explicam que a dor de crescimento costuma ser bilateral, intermitente e sem sinais inflamatórios — ou seja, não há febre, inchaço ou limitação para brincar e se movimentar. Mesmo assim, alguns sintomas fogem do padrão e exigem investigação médica. Entre os sinais de alerta, destacam-se: Dor em apenas um lado do corpo, especialmente se for persistente e progressiva. Desconforto que acorda a criança durante a noite, de forma repetida. Presença de febre, perda de peso ou cansaço excessivo, que podem indicar doenças sistêmicas. Inchaço, calor local ou rigidez matinal prolongada, sugerindo inflamação articular. Dificuldade para andar, mancar ou limitar movimentos, mesmo após o repouso. Esses sinais podem indicar inflamações, infecções ou doenças ósseas que requerem exames específicos. Radiografias, ultrassonografias e, em casos mais complexos, ressonâncias magnéticas ajudam a descartar fraturas, alterações no alinhamento dos membros ou lesões articulares. Papel da atividade física na dor de crescimento Tanto o excesso quanto a falta de movimento podem contribuir para o aparecimento de dores musculoesqueléticas. Crianças muito sedentárias tendem a apresentar fraqueza muscular e sobrecarga nas articulações. Já a prática esportiva sem preparo adequado pode causar inflamações em tendões e nas regiões de crescimento ósseo. A postura também interfere no desenvolvimento equilibrado do corpo, influenciando a forma como o peso é distribuído. Foto colorida de crianças alongando - Dor de crescimento: entenda causas e quando buscar ajuda médica - MetrópolesAlongamentos, postura correta e calçados adequados ajudam a prevenir dores musculoesqueléticas em fases de crescimento Importância do acompanhamento durante o crescimento A avaliação periódica é essencial nas fases de estirão. Consultas de rotina ajudam a identificar desequilíbrios posturais, sinais de sobrecarga e alterações de marcha que podem ser corrigidas precocemente. “Observar a criança ao longo do crescimento permite não apenas acompanhar a dor, mas também ensinar estratégias simples de alívio, como alongamentos e exercícios leves, que reduzem a frequência e a intensidade das crises”, destaca a pediatra Ana Carolina Viegas, do Rio de Janeiro. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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