Dólar e Bolsa sobem com tensão EUA-China e possível reunião Lula-Trump

Nesta quarta-feira (22/10), o registrou alta de 0,13% frente ao real, cotado a R$ 5,39. Como a elevação foi pequena, na prática, o câmbio manteve a estabilidade. O , o principal índice da Bolsa brasileira (), avançou 0,55%, aos 144.872 pontos. Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a moeda americana operou sem direção definida nesta quarta-feira, refletindo a ausência de indicadores relevantes e o baixo volume de negócios, num dia marcado por liquidez reduzida nos mercados. Leia também “Apesar da alta de mais de 2% do petróleo e do avanço das commodities — fatores que, em tese, favoreceriam moedas emergentes — o real seguiu pressionado por discussões relacionadas ao cenário fiscal doméstico”, diz. “O debate em torno da pauta fiscal sem discussões sobre cortes de gastos e o atraso na votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026 manteve os investidores mais cautelosos, o que limitou o apetite por ativos locais.” Mais tensão No exterior, observa Shahini, os mercados reagiram negativamente a relatos de uma possível nova escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, após notícias de que a Casa Branca planeja impor restrições a exportações de produtos baseados em software para o país asiático. O front estrangeiro, em contrapartida, também registrou alguns pontos de alívio na tensão que paira há semanas sobre o mercado.  A expectativa é de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reúna-se com o presidente chinês, Xi Jiping, na Coreia do Sul, em duas semanas. Nos últimos dias, porém, o republicano ora afirma que o encontro ocorrerá, ora diz o contrário. Esse vaivém tem espalhado incerteza entre os investidores. Nesta quarta-feira, o lado da moeda que ficou para cima foi o que indica que os dois líderes devem conversar. Reunião com Lula Ainda na seara dos encontros, um deles deve acontecer entre Trump e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a estada de ambos na Malásia, no próximo fim de semana. A conversa pode ocorrer no domingo (26/10), na abertura da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). No início de outubro, Trump e Lula conversaram por videochamada depois que ambos se cruzaram durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Trump afirmou que houve “uma química excelente” com Lula. Mais “shutsown” Além disso, a paralisação (“shutdown”) do governo dos Estados Unidos chegou nesta quarta-feira ao 22º dia, o segundo período mais longo da história do país desse tipo de evento. Ele é resultado do impasse entre congressistas republicanos e democratas para a aprovação do orçamento dos EUA, que ainda não em perspectiva de solução. Os dois grupos políticos divergem, principalmente, da respeito de subsídios para a saúde pública. O mais longo “shutdown” americano, durou 35 dias, entre 2018 e 2019, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Ibovespa No Ibovespa, as ações da Vale, que têm grande peso no índice, operaram em alta nesta quarta-feira. No fim do pregão, elas subiram 2%, a R$ 62,02, depois que a companhia divulgou o relatório de produção e vendas do terceiro trimestre na véspera. O documento mostrou que a empresa obteve o melhor desempenho trimestral de produção de minério de ferro desde 2018. De acordo com o relatório, ela totalizou 94,4 milhões de toneladas, uma alta de 12,9% sobre o trimestre anterior e de 3,8% na comparação anual. Petrobras A alta do petróleo no mercado internacional também favoreceu os papéis da Petrobras. O preço da commodity subiu com a estimativa de maior demanda pela commodity nos Estados Unidos. O barril do tipo Brent (referência para o mercado mundial), com vencimento em dezembro, teve alta de 2,07%, a US$ 62,59. Além disso, a Petrobras arrematou dois dos sete blocos ofertados na Bacia de Campos, em leilão de áreas no pré-sal, realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) nesta quarta-feira. A empresa também iniciou a perfuração do poço na Bacia da Foz do Amazonas, de acordo com o que a estatal informou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).