• Sexta-feira, 20 de junho de 2025

Dólar abre em baixa em 1ª sessão pós-Copom e com guerra no radar

Na última quarta-feira, antes do anúncio da taxa de juros pelo Banco Central (BC), o dólar fechou estável, com leve alta de 0,04%, a R$ 5,50

O operava em queda nesta sexta-feira (20/6), no primeiro dia de negociações no mercado brasileiro após o anúncio da elevação da taxa básica de juros do país para 15% ao ano, na noite da última quarta-feira (18/6). Por causa do feriado de Corpus Christi, não houve negociações na Bolsa de Valores do Brasil () na quinta-feira (19/6). Os investidores também repercutem os desdobramentos da guerra entre e Irã, que completou uma semana, em meio à expectativa sobre uma possível entrada dos no conflito. Dólar Às 9h06, a moeda norte-americana recuava 0,41% e era negociada a R$ 5,479. Na última quarta-feira, antes do anúncio da taxa de juros pelo Banco Central (BC), . Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 3,81% no mês e de 10,99% no ano. Ibovespa As negociações do Ibovespa, principal índice da B3, começam às 10 horas. No último pregão, o indicador também fechou praticamente estável, com leve queda de 0,09%, aos 138,7 mil pontos. Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 1,23% em junho e de 15,32% em 2025. Repercussão do Copom Os investidores repercutem nesta sexta-feira a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do (BC) de . Trata-se do maior percentual dos juros no país em quase 20 anos, desde 2006. O Copom engatou a sétima alta consecutiva dos juros. O ciclo de aperto monetário teve início em setembro de 2024, quando o comitê decidiu interromper o ciclo de cortes e elevar a Selic, que passou dos então 10,5% ao ano para 10,75% ao ano. Segundo o comunicado que acompanhou a decisão do Copom, a ação é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o colegiado. , prevista para os dias 29 e 30 de julho. “Em se confirmando o cenário esperado, o comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirma o BC. O BC ressaltou que as expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 5,2% e 4,5%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para 2026, atual horizonte relevante de política monetária, se situa em 3,6% no cenário de referência. Diante disso, os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual. “Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, apontou o BC. Leia também Fed manteve taxa de juros inalterada Também na quarta-feira, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do (Fed, o Banco Central norte-americano) anunciou . Foi a quarta reunião consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana manteve inalterada a taxa de juros. Junto à decisão, o Fed divulgou o chamado “dot plot”, um conjunto das projeções para a economia dos EUA. Na média, a autoridade monetária manteve a projeção de queda de 0,5 ponto percentual na taxa de juros em 2025, o que pode significar dois cortes de 0,25 ponto percentual ainda neste ano. Segundo analistas, o ciclo de queda deve começar no último trimestre. Os integrantes do Fed também reduziram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2025, de alta de 1,7% para 1,4%. “Ao considerar a extensão e o momento de ajustes adicionais à meta para a taxa básica de juros, o comitê avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a evolução das perspectivas e o equilíbrio de riscos. O comitê continuará reduzindo suas posições em títulos do Tesouro, títulos de dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências. O comitê está fortemente comprometido em apoiar o emprego máximo e retornar a inflação à sua meta de 2%”, diz o Fed no comunicado que acompanha a decisão. “Ao avaliar a postura adequada da política monetária, o comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas. O comitê estará preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir o alcance das metas do comitê”, prossegue o comunicado. “As avaliações do comitê levarão em consideração uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, além de desenvolvimentos financeiros e internacionais.” No comunicado, o Fed diz ainda que, “embora as oscilações nas exportações líquidas tenham afetado os dados, indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir a um ritmo sólido”. Guerra no Oriente Médio No cenário internacional, o principal foco de atenção do mercado continua sendo a guerra entre Israel e Irã, que pode contar com a participação direta dos EUA em breve. A guerra chegou ao oitavo dia nesta sexta, sem perspectiva de resolução. Diante da posição do presidente dos EUA, Donald Trump, , a Europa enxerga a oportunidade para uma janela de negociações com o objetivo de um cessar-fogo. Países europeus sinalizaram a possível oportunidade diante da posição estática dos EUA no momento. Ministros das Relações Exteriores de Reino Unido, Alemanha e França estão a caminho de Genebra, na Suíça, com o intuito de manter conversas com representantes iranianos a respeito do conflito com Israel. Autoridades dos EUA, no entanto, falam reservadamente que não enxergam a reunião com otimismo. Nessa quinta, o conflito entre os dois países foi marcado por novos bombardeios, declarações e ameaças de ambas as partes, e pelo caso do hospital Soroka, o principal do sul de Israel, que foi atingido por um míssil iraniano, deixando 71 pessoas feridas. A fala de Trump sobre precisar de tempo para decidir a respeito da posição dos EUA diante do conflito no Oriente Médio foi feita para rebater uma informação do jornal norte-americano The Wall Street Journal no dia anterior. A publicação havia divulgado que interlocutores próximos de Trump teriam dito ao veículo de imprensa que o presidente teria se manifestado sobre a aprovação de planos de ataque ao Irã. “Com base no fato de que há uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã em um futuro próximo, tomarei minha decisão de ir ou não nas próximas duas semanas”, disseTrump. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou, nessa quinta, que o fato de os EUA poderem se envolver no conflito diretamente é um sinal de fraqueza de Israel. “O próprio fato de os amigos norte-americanos do regime sionista terem entrado em cena e estarem dizendo tais coisas é um sinal da fraqueza e incapacidade desse regime”, declarou o aiatolá.
Por: Metrópoles

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