• Terça-feira, 2 de setembro de 2025

Demanda por carne deve derrubar barreiras comerciais no futuro, avalia diretor da Cargill

Crescimento da renda em países emergentes pressiona por abertura de mercados, como o da Índia, e pode favorecer o Brasil, líder em eficiência na produção de carnes, abrindo espaço para país ampliar exportações de proteína animal para atender a demanda por carne

Crescimento da renda em países emergentes pressiona por abertura de mercados, como o da Índia, e pode favorecer o Brasil, líder em eficiência na produção de carnes, abrindo espaço para país ampliar exportações de proteína animal para atender a demanda por carne A demanda global por carnes vem crescendo de forma acelerada, acompanhando o aumento da renda e a urbanização em países emergentes. Esse movimento, segundo especialistas, pode se tornar um dos principais fatores para a derrubada de barreiras protecionistas no comércio internacional. Foi o que destacou Antônio Mário Penz Junior, diretor global de Contas Estratégicas da Cargill Nutrição Animal, em entrevista concedida à Reuters. Para Penz, o caso da Índia é emblemático. O país mantém tarifas proibitivas que restringem a entrada de carne importada, como a taxação de 30% sobre frango inteiro e 100% sobre cortes de aves, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Esses impostos inviabilizam a presença brasileira no mercado, apesar do potencial de consumo.
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    Embora cerca de 60% da população indiana seja vegetariana e parte tenha restrições religiosas a proteínas como a carne bovina e suína, o consumo de aves já apresenta grandes oportunidades. Atualmente, a Índia consome cerca de 2 kg de carne de frango por habitante ao ano, contra 46 kg no Brasil, o que demonstra um espaço gigantesco para expansão. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});“Eu não tenho dúvida de que esse processo vai acontecer, porque já vimos isso na China há 30 anos. Hoje, os chineses são grandes importadores de alimentos, incluindo carnes e grãos do Brasil”, afirmou o executivo. O exemplo chinês Penz lembrou que a China passou por transformação semelhante: com a urbanização e o crescimento econômico, o país se tornou dependente de importações para suprir sua demanda interna. Atualmente, mais de 50% da população chinesa vive em áreas urbanas, representando cerca de três vezes a população do Brasil, o que torna impossível o abastecimento apenas com produção doméstica. Brasil como protagonista O Brasil se beneficia de baixo custo de produção, resultado da abundância de insumos como soja e milho, fundamentais para a nutrição animal. Essa vantagem competitiva garante ao país posição de destaque entre os maiores exportadores de proteína do mundo, conseguindo suprir o aumento da demanda por carne. “A população do mundo cresce mais ou menos 2% ao ano. A renda per capita aumenta. Então, naturalmente, quem produz carne barata terá uma participação neste mercado internacional de carnes. E o Brasil é extremamente eficiente”, ressaltou Penz. Demanda por carne: Projeções para o futuro De acordo com estimativas da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), a tendência é clara: quando a renda per capita sobe, o primeiro aumento de gasto das famílias é com alimentos, especialmente proteínas de origem animal. O executivo da Cargill destacou que, até 2050, o cenário para o Brasil na produção de carnes pode ser considerado um verdadeiro “oceano azul”, expressão usada para designar mercados amplos e ainda pouco explorados. Assim, a crescente demanda global, somada à pressão de consumidores urbanos e ao exemplo chinês, reforça a expectativa de que barreiras protecionistas cairão gradualmente. Para o Brasil, essa conjuntura abre espaço para expandir sua presença em mercados estratégicos da Ásia e da África, consolidando-se como fornecedor global de proteína animal.
    Por: Redação

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