A demanda por crédito por parte das empresas registrou uma desaceleração em julho de 2025, com alta de 4% em relação ao mesmo mês de 2024, de acordo com o Indicador de Demanda por Crédito das Empresas da Serasa Experian.
Dois setores apresentaram retração: o comércio caiu 0,1%, enquanto os segmentos primários (agronegócio e extrativismo), financeiro e 3º setor, reunidos em um grupo, tiveram redução de 12%, a maior desde junho de 2023 (-16,1%).
O setor de serviços apresentou a maior alta, de 10,4%. Apesar disso, é o menor aumento registrado desde abril de 2025.
Segundo a economista Camila Abdelmalack, a desaceleração pode ser atribuída às dificuldades que as empresas têm enfrentado para conseguir a aprovação do crédito.
“A demanda por crédito empresarial vinha crescendo em um ritmo acelerado nos últimos meses, mesmo em um ambiente econômico com juros altos, por uma questão de equalização do fluxo de caixa. Em julho, observamos uma desaceleração na procura, por conta das negativas que os negócios receberam nos últimos meses”, declarou.
Segundo a especialista, isso “desestimulou a busca por recursos, e os empreendedores passam a enfrentar ainda mais dificuldade para manter as finanças em dia”. A economista afirmou que o indicador da Serasa Experian mede as consultas por crédito feitas por CNPJs e não a efetiva concessão dos recursos.
Na análise por porte, as médias empresas foram as que mais impulsionaram o indicador em julho, com um aumento de 5,8% na demanda. As micro e pequenas empresas registraram um crescimento de 4,0%, enquanto as grandes empresas tiveram a menor variação, com alta de 0,9%.
Regionalmente, os Estados da região Norte lideraram a busca por crédito, com destaque para o Amazonas (30,7%), Roraima (22,8%) e Pará (18,2%). Em contrapartida, Distrito Federal (-10,6%), Rio de Janeiro (-11,5%) e Mato Grosso do Sul (-13,7%) registraram queda na demanda.
A metodologia do indicador Serasa Experian da demanda das empresas por crédito baseia-se nos seguintes pontos: