BC dos EUA indica que deve fazer mais 2 cortes de juros em 2025
As duas próximas reuniões do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) estão programadas para outubro (dias 28 e 29) e dezembro (dias 9 e 10)
, o (Fed, o Banco Central dos ) indicou nesta quarta-feira (17/9) que deve fazer mais dois cortes ainda neste ano.
A indicação consta do comunicado divulgado pela autoridade monetária juntamente com o anúncio da decisão sobre os juros. A maioria dos analistas do mercado já projetavam mais três cortes de juros em 2025, incluindo a redução anunciada nesta quarta.
As projeções indicam que o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc) do Fed deve reduzir a taxa de juros mais duas vezes em 0,25 ponto percentual nas duas reuniões do colegiado previstas até o fim deste ano.
Com isso, os juros nos EUA recuariam, ainda em 2025, mais 0,5 ponto percentual e fechariam o ano no intervalo entre 3,5% e 3,75%.
As duas próximas reuniões do Fed estão programadas para outubro (dias 28 e 29) e dezembro (dias 9 e 10).
. Stephen Miran, novo integrante do Fed, indicado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, votou por um corte maior, de 0,5 ponto percentual.
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O que diz o Fed
“Ao considerar ajustes adicionais na meta para a taxa básica de juros, o comitê avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a evolução das perspectivas e o equilíbrio de riscos. O comitê continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro, títulos de dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências. O comitê está fortemente comprometido em apoiar o emprego máximo e retornar a inflação à sua meta de 2%”, .
“Ao avaliar a postura adequada da política monetária, o comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas. O comitê estará preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos do comitê”, prossegue o Fed no comunicado.
“As avaliações do comitê levarão em consideração uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, além de desenvolvimentos financeiros e internacionais.”
No comunicado, o Fed diz ainda que “o comitê busca atingir o máximo de emprego e inflação a uma taxa de 2% no longo prazo”. E alerta: “A incerteza quanto às perspectivas econômicas permanece elevada. O comitê está atento aos riscos para ambos os lados de seu duplo mandato e avalia que os riscos negativos para o emprego aumentaram”.
Análise
Segundo André Valério, economista sênior do Banco Inter, “os próximos dados do mercado de trabalho continuarão sendo decisivos para a condução da política monetária”. “O Fed ainda vê espaço para o mercado de trabalho deteriorar, antecipando uma taxa de desemprego de 4,5% esse ano, enquanto vê a inflação a 3% esse ano e 2,6% em 2026, acima da projeção de junho”, observa.
“Portanto, caso vejamos uma reversão na tendência do mercado de trabalho, com uma eventual retomada do emprego, será difícil para o comitê justificar novos cortes. Até a reunião de outubro, teremos a divulgação de mais um ‘payroll’. Caso ele venha em linha com as últimas duas divulgações, teremos mais um corte de 0,25 ponto percentual”, projeta o economista.
Para Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, “a decisão foi mais baseada em equilíbrio de riscos, citando o enfraquecimento do mercado de trabalho, mas mantendo o posicionamento e o comprometimento de buscar a meta de inflação em 2% ao ano”.
Por: Metrópoles