• Terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Deficit nominal anualizado sobe para R$ 1,027 trilhão em novembro

Saldo negativo corresponde a 8,13% do PIB; ao desconsiderar juros da dívida, deficit primário aumentou no mês.

O setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais– registrou deficit nominal de R$ 1,027 trilhão no acumulado de 12 meses até novembro. Esse é o maior patamar em termos nominais em 1 ano, quando atingiu R$ 1,111 trilhão de saldo negativo em novembro de 2024.

O deficit nominal considera, além do saldo entre receitas e despesa, os gastos com juros da dívida do Brasil. O saldo negativo corresponde a 8,13% do PIB (Produto Interno Bruto). O BC (Banco Central) divulgou o relatório de estatísticas fiscais nesta 3ª feira (30.dez.2025). Eis a íntegra do documento (PDF – 338 kB).

A taxa básica, a Selic, está em 15% ao ano desde junho de 2025. O Banco Central sinalizou que manterá o juro-base neste patamar por período “bastante prolongado” para reduzir a inflação ao centro da meta, que é de 3%. O nível contracionista da política monetária tem efeitos no custo da dívida, que passa a ser mais caro pelas despesas com os juros.

O setor público consolidado gastou R$ 87,2 bilhões em novembro com juros da dívida pública. No acumulado de 12 meses, a despesa foi de R$ 981,9 bilhões.

Em proporção, o Brasil gastou 7,77% do PIB com juros da dívida em 12 meses. No acumulado de 1 ano até outubro, o valor havia sido de R$ 987,2 bilhões.

Há 1 ano, em novembro de 2024, o gasto anualizado com juros da dívida havia somado R$ 918,2 bilhões, ou 7,83% do PIB.

O resultado primário mostra se o governo gastou mais do que arrecadou, sem considerar os juros da dívida pública. Quando há superavit primário, significa que a receita com impostos, contribuições e outras fontes foi suficiente para cobrir as despesas correntes e os investimentos. Já o deficit primário indica que o governo precisou se endividar mesmo antes de pagar os juros.

O resultado nominal, por sua vez, engloba o resultado primário mais os gastos com juros da dívida pública. Reflete de forma mais ampla a situação das finanças públicas, pois mostra o impacto total da política fiscal sobre o endividamento do país. Assim, um governo pode ter superavit primário, mas ainda registrar deficit nominal se os juros forem muito elevados.

Ao desconsiderar as despesas com os juros da dívida, o deficit nas contas públicas aumentou. O saldo primário do setor público consolidado foi negativo em R$ 45,5 bilhões. Aumentou em relação a outubro, quando o deficit primário totalizou R$ 37,7 bilhões.

A DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) subiu 0,6 ponto percentual de outubro para novembro e atingiu 79% do PIB (Produto Interno Bruto). Em valores nominais, subiu de R$ 9,9 trilhões para R$ 10 trilhões no período.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o cargo com a relação dívida-PIB em 71,7%. A partir de então, aumentou 7,3 p.p., segundo os dados da autoridade monetária.

Por: Poder360

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