O Brasil registrou um aumento de 536,9% na produção de cerveja zero álcool em 2024, atingindo 757 milhões de litros, segundo dados do Anuário da Cerveja publicados pelo MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) na 3ª feira (12.ago.2025). Em 2023, a produção nacional foi de 118,9 milhões de litros. Eis a íntegra do anuário (PDF – 11 MB).
Esse crescimento já se reflete em locais como o Allianz Parque, estádio do Palmeiras, onde foram vendidas 83.000 latas do produto em 2024.
Empresas cervejeiras como Heineken, Budweiser e Corona aumentaram suas vendas ao impulsionar estratégias comerciais específicas. As marcas intensificaram campanhas publicitárias e expandiram a produção para atrair tanto novos consumidores quanto aqueles que já consomem cerveja tradicional.
As campanhas desenvolvidas pelas empresas enfatizaram mensagens sobre consumo consciente e destacaram a similaridade de sabor entre as versões com e sem álcool. A comunicação reforçou que os momentos de socialização permanecem os mesmos ao optar pela versão sem álcool.
A mudança no comportamento dos consumidores, principalmente entre o público jovem, contribuiu para esse fenômeno. Os jovens têm buscado alternativas mais saudáveis em seus hábitos de consumo de bebidas, tornando a cerveja zero álcool uma opção atrativa.
O Brasil ocupa a posição de 3º maior produtor mundial de cerveja com álcool, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, de acordo com dados do MAPA e do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja).
Apesar do crescimento expressivo, a cerveja zero álcool representa 5% do mercado total de cerveja no Brasil. A produção de cerveja com álcool no país deve alcançar 16,1 bilhões de litros. Em comparação, a Alemanha lidera o segmento de cerveja sem álcool globalmente, com mais de 6% do mercado mundial em 2025.
No cenário internacional, o setor movimenta US$ 10 bilhões, com projeção de crescimento de 1/3 nos próximos anos, segundo o Sindicerv. Um estudo da consultoria Euromonitor projeta que o consumo de cerveja zero álcool no Brasil chegará a 1,5 bilhão de litros até 2028.
Nos estádios de futebol brasileiros, o consumo de cerveja sem álcool tem aumentado, especialmente em estados onde a venda de bebidas alcoólicas é proibida. O Allianz Parque comercializou 83.000 latas do produto em dias de jogos durante 2024, estabelecendo um recorde desde sua inauguração, com mais de 40.000 litros consumidos.
PROIBIÇÕES DE BEBIDAS ALCOÓLICAS NOS ESTÁDIOS
A proibição da venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol vigora em 4 estados brasileiros: São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Alagoas. Em São Paulo, a restrição foi implementada pela Lei Estadual nº 9.470, de 1996, após um episódio de violência entre torcedores do Palmeiras e São Paulo durante a decisão da Supercopa São Paulo de Juniores, no Pacaembu.
Essa proibição aplica-se exclusivamente aos jogos de futebol. Em shows realizados nas mesmas arenas esportivas e em eventos como o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, a comercialização de bebidas alcoólicas permanece permitida.
Considerando todos os eventos realizados no Allianz Parque, incluindo shows e partidas de futebol, a comercialização anual ultrapassa 100.000 latas de cerveja sem álcool. Até março de 2025, mais de 30.000 unidades já foram vendidas no estádio.
A partida entre Palmeiras e San Lorenzo, pela fase de grupos da Copa Libertadores em 2024, registrou o maior volume de vendas em um único jogo: 10.351 unidades.
Completam o pódio os confrontos contra Botafogo, com 8.283 latas vendidas, e Fortaleza, com 6.696 unidades, ambos pelo Campeonato Brasileiro.