Recorde de abate de javalis e a importância do controle para agropecuária; vídeoMas nada começou grande. A primeira experiência com a agricultura veio aos 24 anos, quando decidiu plantar mandioca na Chapada do Araripe. Foi um fracasso comercial. “Era muito trabalho para pouco retorno”, lembra. O ponto de virada veio quando passou a trabalhar para uma empresa espanhola que produzia e exportava hortigranjeiros. Ali ele aprendeu, de fato, como cultivar tomates de forma eficiente e rentável. E decidiu investir em si mesmo. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Hoje, Aliomar comanda uma propriedade diversificada: são 30 hectares de tomate em estufas, 18 hectares de maracujá, 8 de pimentão e 1 hectare de pepino — tudo feito com critérios técnicos e foco em alta produtividade. Apesar de não alcançar os 100 hectares, sua produção abastece uma das maiores redes varejistas do Brasil, o Grupo Mateus, com mais de 270 lojas espalhadas pelo Norte e Nordeste. “Quem vê minha história hoje acha que foi fácil, mas foram décadas de estudos, erros, testes e acertos. No agro, não se vence pela força, e sim pelo conhecimento”, afirma Aliomar.
Como Aliomar se tornou um gigante na produção de tomates e referência na Basf
Ex-bancário virou referência nacional na produção de tomates e tecnologia agrícola
Ex-bancário virou referência nacional na produção de tomates e tecnologia agrícola A história de Francisco Aliomar Albuquerque Feitosa, mais conhecido como “Seu Aliomar”, é daquelas que se confundem com o próprio avanço do agro brasileiro. Nascido e criado no interior do Ceará, ele trocou o conforto do ar-condicionado de um banco pelo calor do campo, onde encontrou sua verdadeira vocação: alimentar o país com conhecimento, tomates e inovação. Hoje, aos 70 anos, ele vive na Serra da Ibiapaba, região de altitudes elevadas entre o Ceará e o Piauí, a cerca de 350 km de Fortaleza. Ali, entre vales e chapadas com altitudes que variam entre 700 e 1.100 metros, floresce uma das zonas agrícolas mais estratégicas do Nordeste, onde café, flores, frutas e hortaliças crescem com vigor graças ao clima e às terras férteis. E é ali que Aliomar construiu um legado. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
![Como Aliomar criou a Basf e se tornou um gigante na produção de tomates]()
Divulgação – Basf Do produtor ao mentor: o nome por trás de centenas de lavouras O que começou como uma escolha pessoal se transformou em missão nacional. Há 26 anos, a Basf, multinacional alemã do setor químico e biológico, convidou Aliomar para atuar como consultor técnico em uma das áreas mais sensíveis da horticultura: a tecnologia de aplicação. De lá para cá, ele já viajou o país realizando mais de 60 mentorias por ano, orientando pequenos e médios produtores a adotarem boas práticas agrícolas. “Tem produtor que tem solo, água e clima, mas não sabe usar a tecnologia ao seu favor. Meu trabalho é mostrar o caminho — seja com estufas, adubação correta, espaçamento ou defensivos bem aplicados”, explica.
Ele lembra de uma madrugada recente em Santo Antônio de Posse (SP), quando a geada derrubou as temperaturas para 5 °C. “A plantação sofreu, mas poderia ter sido evitado com estufas. Não é luxo, é uma proteção básica contra perdas.”
Para ele, o manejo moderno inclui muito mais que plástico cobrindo a lavoura: envolve mudanças como enxertia para resistência, carreadores mais largos para máquinas, e número reduzido de plantas por hectare, o que melhora a produtividade e a sanidade do cultivo. Centro de pesquisa e testes: onde nasce o tomate do futuro Parte do trabalho técnico de Aliomar hoje está conectado à Estação Experimental Agrícola da Basf, localizada justamente em Santo Antônio de Posse, uma das áreas mais estratégicas do chamado “cinturão verde” paulista, que abastece boa parte da capital com frutas e hortaliças. Com 110 hectares, sendo 57 utilizados em cultivos como cenoura, cebola, batata, uva, citrus, pimentão, tomate e café, a estação é um verdadeiro laboratório a céu aberto. Ali, a Basf desenvolve e testa novas formulações de fungicidas, inseticidas, herbicidas e sementes híbridas da marca Nunhems. Há ainda uma unidade semelhante em Goiás, focada em tomate industrial. O objetivo é claro: adaptar as tecnologias globais às realidades tropicais do Brasil, tornando as lavouras mais produtivas, resistentes e sustentáveis. “As soluções que o produtor usa hoje são fruto de estudos iniciados há 10, 15, 20 anos. A ciência é um investimento de longo prazo”, ressalta Aliomar.
Nos últimos anos, a Basf investiu cerca de €7,6 milhões (R$ 48,6 milhões) apenas na modernização dos laboratórios e aquisição de equipamentos voltados à análise e desenvolvimento de hortifrutis com maior durabilidade, doçura e resistência a pragas. Em 2024, a multinacional faturou €63,5 bilhões no mundo (aproximadamente R$ 407,7 bilhões), com €915 milhões (R$ 5,88 bilhões) voltados exclusivamente para pesquisa e desenvolvimento. A força do hortifrúti na economia nacional O setor de frutas e hortaliças no Brasil segue em ritmo acelerado. Em 2024, movimentou cerca de US$ 25,8 bilhões (R$ 141,9 bilhões) e, segundo a consultoria Mordor Intelligence, deve atingir US$ 33,6 bilhões (R$ 183,4 bilhões) até 2029. O crescimento se explica não só pelo aumento da demanda, mas também pela busca por alimentos mais saudáveis, rastreáveis e duráveis. “A mudança está na mesa do consumidor e também no campo. O produtor que quiser continuar competitivo vai ter que estudar como nunca. A tecnologia hoje se atualiza a cada dois anos. Eu sigo aprendendo também”, diz Aliomar, com o tom de quem sabe que nunca é tarde para recomeçar. Do campo ao coração: a paixão que não tem aposentadoria Mesmo com o crescimento da propriedade e a agenda lotada de compromissos técnicos, Aliomar continua com os pés na terra. Divide os cuidados com a produção com o filho, mas não se vê distante da lavoura. “Agricultura é paixão. É no chão que a gente aprende, testa ideias, vê os erros e os acertos. Só vou parar quando não conseguir mais caminhar entre as fileiras de plantas.”
De ex-bancário a mestre tomateiro, o cearense da Serra da Ibiapaba se tornou um símbolo da força do conhecimento no agro brasileiro. Mais do que tomates, Aliomar colhe respeito. Escrito por Compre Rural
VEJA MAIS: Novas regras devem encarecer transporte de animais; veja o que muda Chegada do inverno no Brasil coloca bovinocultores em alerta ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Por: Redação