• Quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Colômbia ordena abate de 35.680 aves do Brasil por suspeita de Salmonella Gallinarum

Decisão do ICA gera polêmica, e empresa importadora alega que lote estava saudável e estratégico para a produção de ovos no país; entretanto foi ordenado abate de 35.680 aves do Brasil por suspeita de Salmonella Gallinarum

Decisão do ICA gera polêmica, e empresa importadora alega que lote estava saudável e estratégico para a produção de ovos no país; entretanto foi ordenado abate de 35.680 aves do Brasil por suspeita de Salmonella Gallinarum O Instituto Colombiano Agropecuário (ICA) determinou o abate de 35.680 aves reprodutoras importadas do Brasil, sob suspeita de contaminação por Salmonella Gallinarum. A medida, executada nos dias 23 e 24 de agosto, desencadeou grande controvérsia, especialmente porque a importadora HY-Line Colômbia sustenta que se tratava de um lote clinicamente saudável e estratégico para a produção de ovos no país. As aves foram introduzidas na Colômbia em 24 de fevereiro de 2025, seguindo todos os trâmites legais da Resolução ICA nº 00001092. No entanto, um exame laboratorial inicial identificou a bactéria. Segundo a empresa, o teste foi realizado de forma questionável, com apenas uma amostra coletada em um lote tão grande, e que teria sofrido contaminação cruzada no laboratório. A HY-Line reforça que, caso houvesse de fato infecção, as aves teriam morrido em até três semanas — o que não ocorreu após oito meses de quarentena rigorosa.
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    Além disso, a empresa apresentou laudos de diferentes instituições, como a Universidade Nacional da Colômbia, a Aviagen, a Animed e até autoridades sanitárias do Peru e do Chile, todos descartando a presença de Salmonella Gallinarum. O próprio ICA, em nova coleta realizada em março, obteve resultado negativo, mas este não foi considerado na decisão final. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});A posição da HY-Line Colômbia Em carta enviada ao ICA, a HY-Line destacou que a medida representa o abate de um lote clinicamente saudável, submetido a numerosas análises diagnósticas que não confirmaram a presença da bactéria. A empresa ressaltou ainda que as aves representam quase 46% da genética de postura da Colômbia, o que significa impacto direto na base reprodutiva de milhões de ovos. “Em um contexto global de escassez genética e restrições sanitárias internacionais, o lote em questão não é apenas clinicamente estável, mas também estratégico para a produção de ovos na Colômbia”, afirmou a companhia no documento. Disputas judiciais e administrativas A empresa recorreu da decisão por meio de apelação constitucional, que inicialmente suspendeu a medida, mas acabou revertida em segunda instância por questões processuais, sem análise do mérito. Também apresentou pedido de revogação direta junto ao ICA, sem resposta satisfatória. Com isso, o caso foi levado ao Ministério Público e à Controladoria-Geral da União, para evitar danos fiscais, sanitários e alimentares considerados irreversíveis. O controlador delegado para o setor agrícola, Anwar Salim Daccarett Alavarado, enviou ofício ao ICA solicitando explicações. No documento, questiona os fundamentos legais e técnicos que motivaram a expedição da ordem de abate e, principalmente, a razão pela qual o resultado negativo da segunda amostragem não foi considerado. Também pediu cópia dos protocolos de inspeção e justificativas para a ausência de um exame confirmatório antes da medida terminal. O episódio coloca em xeque não apenas a gestão sanitária do ICA, mas também a segurança alimentar da Colômbia, já que a decisão pode afetar a produção de ovos em larga escala. Além disso, levanta questionamentos sobre a confiabilidade dos processos de inspeção e diagnóstico sanitário, que precisam de maior rigor científico e administrativo para evitar prejuízos ao setor produtivo. Até o momento da publicação desta matéria, o ICA não havia se pronunciado oficialmente, mas se comprometeu a fornecer sua versão dos fatos em breve. O caso segue em aberto e deverá ter novos desdobramentos tanto no âmbito jurídico quanto no administrativo, com potencial impacto no mercado avícola da Colômbia e nas exportações brasileiras.
    Por: Redação

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