• Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

China sanciona empresas dos EUA por venda de armas a Taiwan

Governo congelou ativos e proibiu companhias chinesas de negociar com as empresas; 10 executivos também foram punidos.

O governo chinês aplicou nesta 6ª feira (25.dez.2025) sanções econômicas e diplomáticas a 20 empresas militares dos Estados Unidos e 10 executivos norte-americanos. A medida é uma retaliação à venda de armas para Taiwan aprovada pelo governo dos EUA na semana passada.

O comunicado publicado no site do Ministério das Relações Exteriores da China diz que os ativos das empresas na China, incluindo imóveis, estão congelados e que companhias chinesas estão proibidas de negociar com as norte-americanas. Eis a íntegra (PDF – 217 kB, em inglês).

Os executivos punidos são CEOs e integrantes do alto escalão de algumas das empresas sancionadas. A punição é o congelamento de seus ativos no país asiático e o impedimento de entrar na China, em Hong Kong e em Macau.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China declarou que a retaliação é permitida pela lei chinesa, pois ao firmar negócios com Taiwan sem o consentimento do governo chinês, as empresas e seus executivos estão cometendo um crime.

“A questão de Taiwan está no cerne dos interesses fundamentais da China e constitui a primeira linha vermelha que não deve ser cruzada nas relações China-EUA. Qualquer pessoa que tente cruzar essa linha e provocar atos relacionados à questão de Taiwan enfrentará uma resposta firme da China. Qualquer empresa ou indivíduo que se envolva na venda de armas para Taiwan pagará o preço por esse delito”, disse o porta-voz.

Em 17 de dezembro, os EUA aprovaram a venda de um pacote de armas e serviços militares para Taiwan estimado em US$ 11 bilhões (cerca de R$ 61 bilhões, no câmbio atual).

A autorização foi confirmada pelo Departamento de Estado e comunicada pela DSCA (Agência de Cooperação de Segurança e Defesa). Eis a íntegra do anúncio, em inglês (PDF – 131 kB).

Entre os itens aprovados estão softwares e equipamentos de rede tática, sistemas aéreos não tripulados, equipamentos de comunicação, peças de reposição, treinamento, serviços de manutenção, apoio logístico e suporte técnico. 

O objetivo declarado é ampliar a interoperabilidade, a capacidade de comando e controle e a defesa das Forças Armadas taiwanesas.

No dia seguinte, o governo chinês manifestou indignação com a aprovação e classificou o negócio como “uma grave violação”. Prometeu adotar “medidas severas” contra os norte-americanos.

Taiwan é governada de forma autônoma desde 1949, mas é considerada pela China como parte de seu território. Os EUA não reconhecem formalmente a ilha como um país independente, mas mantêm relações não oficiais e são o principal fornecedor de armamentos ao governo taiwanês.

Por: Poder360

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