O ministro do Turismo, Celso Sabino, entregou uma carta de demissão a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta 6ª feira (26.set.2025). A renúncia veio depois que o União Brasil determinou que todos os filiados com cargos federais saíssem do governo sob pena de expulsão do partido.
Apesar disso, seguirá no cargo até a próxima 5ª feira (2.out), a pedido do presidente, para acompanhar inaugurações ligadas à COP30 em Belém (PA).
O União Brasil havia dado prazo até esta 6ª feira (19.set) para que Sabino deixasse o cargo. O ministro já havia prometido sair assim que Lula retornasse da Assembleia-Geral da ONU. A carta de renúncia, inicialmente prevista para 4ª feira (24.set), só foi formalizada nesta 6ª –uma semana depois do ultimato do partido.
A legenda ainda não se pronunciou sobre essa semana “extra” de Sabino como ministro.
A saída de Sabino é parte do desembarque da federação União-PP, que determinou a todos os filiados com cargos federais a entrega imediata dos postos, sob pena de expulsão. O ministro André Fufuca (PP-PI), do Esporte, também deve deixar o governo.
O governo Lula trabalhou para convencer os ministros a permanecerem, argumentando que a medida reforçaria divisões internas nos partidos de centro-direita. A permanência seria usada como ativo político para as eleições de 2026.
Apesar da saída, Sabino ressaltou que deixa o cargo com balanço positivo. “Minha vontade é clara: continuar o trabalho. Mas cumpro a decisão do meu partido. Hoje entreguei minha carta de demissão ao presidente, e recebi dele esse pedido para permanecer até a próxima 5ª feira”, afirmou.
A saída de Sabino deixa o governo sem ministro do Turismo às vésperas da COP30.
Além de Sabino e Fufuca, 2 outros ministros podem ser impactados pela decisão partidária. Frederico Siqueira, das Comunicações, e Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, foram indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mas não são filiados ao partido.
A federação representa a maior força no Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. Juntos, os partidos controlavam quatro ministérios no governo Lula.