• Sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Vale criou fundação para "enganar" vítimas de Mariana, diz Lula

Ao detalhar novo acordo de reparação de R$ 170 bilhões, presidente disse que as ações da Renova não trouxeram resultados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 6ª feira (26.set.2025) que a Vale resistiu a negociar depois do rompimento da barragem de Mariana (MG), em novembro de 2015. O petista disse que a mineradora criou uma fundação “possivelmente para enganar o povo da região”, em referência à Renova, fundada em 2016.

“A empresa que tinha um presidente que não queria negociar e queria criar uma fundação possivelmente para enganar o povo da região”, afirmou durante a cerimônia de posse do Conselho Federal de Participação Social da Bacia do Rio Doce e Litoral Norte Capixaba, no Palácio do Planalto, em Brasília.

A fundação foi criada pelas mineradoras Vale, BHP e Samarco para reparar os danos do rompimento da barragem. Em junho de 2025, o governo federal assinou um novo pacto para substituir o modelo da fundação. O Novo Acordo do Rio Doce estabeleceu mecanismos diretos de repasse de recursos e a aplicação de recursos em infraestrutura de saúde, educação, assistência social, criação de renda e ações ambientais.

Segundo Lula, o acordo anterior não trouxe resultados para a população. “O que ia dar mais não deu em nada. Era um presidente [da fundação Renova] que nunca quis conversar com a gente, que não queria fazer um acordo e não queria tratar os trabalhadores”, disse.

O petista declarou ainda que “promessas judiciais” também “não deram em nada” e deixaram a população sem esperança por quase 8 anos.

“Esse acordo, se não é extraordinário do ponto de vista do merecimento de vocês, é excepcional porque foi feito com muitas brigas, reuniões e contestações”, afirmou Lula. Segundo ele, agora cabe ao governo e à sociedade civil assegurar a correta aplicação dos recursos. “Não é mais a Vale que responde, somos nós e vocês, moradores da região.”

Durante a cerimônia de posse do conselho, Lula detalhou o Novo Acordo do Rio Doce, estimado em R$ 170 bilhões. O governo liberou R$ 1,6 bilhão para 104 novos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) em 48 municípios conectados ao acordo.

Foram 36 conselheiros empossados. O grupo terá poder deliberativo sobre o Fundo Popular de R$ 5 bilhões para projetos comunitários em diversas áreas.

Lula defendeu o papel das comunidades atingidas na governança dos recursos e a importância de participação social no acompanhamento do cumprimento do pacto, incluindo a atuação do conselho federal instalado nesta 6ª feira (26.set).

Por: Poder360

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