• Sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Carne de búfalo: menos gordura, mais proteína e muito sabor

Rica em proteínas e minerais, a carne de búfalo tem menos colesterol e gordura que a bovina e começa a conquistar consumidores no Brasil.

Rica em proteínas e minerais, a carne de búfalo tem menos colesterol e gordura que a bovina e começa a conquistar consumidores no Brasil. A carne de búfalo, ainda pouco explorada no Brasil, vem chamando a atenção por suas qualidades nutricionais e funcionais que a tornam uma alternativa saudável e competitiva à carne bovina. Apesar de o país deter o maior rebanho de búfalos do Ocidente, o consumo interno ainda é limitado. No entanto, pesquisas, eventos de divulgação e novas práticas de manejo estão impulsionando sua presença no mercado e despertando a curiosidade de consumidores e produtores. Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Pecuária Sul e Embrapa Clima Temperado mostraram que a carne bubalina pode ser até 50% mais magra que a bovina, com teor médio de gordura de apenas 1,29%, contra 2,25% da carne de bovinos criados a pasto. Essa composição a coloca como uma opção ideal para quem busca uma dieta equilibrada sem abrir mão do sabor.
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    Outro destaque está em seu perfil lipídico mais saudável, com maior presença de ácidos graxos insaturados e menor teor de gordura saturada, como apontou um estudo italiano publicado no Journal of Translational Medicine, que reforça os benefícios da carne bubalina para a saúde cardiovascular. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Visualmente, a carne de búfalo se assemelha muito à bovina, mas sua gordura é branca e, em embalagens a vácuo, a coloração pode parecer mais pálida. O sabor é suave, levemente adocicado e muito agradável, conquistando consumidores logo no primeiro contato. Os cortes são os mesmos da carne bovina, como picanha, contrafilé e entrecot, permitindo fácil adaptação na rotina culinária. Pode ser usada em churrascos, assados, grelhados ou embutidos, além de hambúrgueres e linguiças, ampliando sua versatilidade na cozinha. Apesar do baixo consumo nacional, o setor começa a avançar com iniciativas como:
  • Abate precoce de animais jovens, que proporciona carnes mais macias e atrativas;
  • Identificação em rótulos e eventos de divulgação, que aumentam a visibilidade da carne bubalina;
  • Pesquisas de melhoramento genético, voltadas a carcaça, crescimento e qualidade da carne.
  • No entanto, ainda há desafios. Um dos principais é a falta de padronização na comercialização. Muitos animais abatidos como búfalos acabam sendo rotulados como bovinos, o que prejudica tanto produtores, que não recebem bonificação pela qualidade diferenciada, quanto consumidores, que deixam de saber exatamente o que estão comprando. A carne de búfalo já é apreciada em diversos países:
  • Estados Unidos: usada em hambúrgueres premium, com apelo para dietas de baixo colesterol.
  • Argentina: avaliada com o mesmo padrão da bovina, também empregada em embutidos.
  • Brasil: presente em vários estados, mas ainda pouco identificada nos pontos de venda.
  • No Rio Grande do Sul, por exemplo, há um esforço dos criadores para consolidar o mercado da carne bubalina, apesar de a cadeia produtiva ainda ser mais focada no leite. Como destaca Delfino Beck Barbosa, ex-presidente da Associação Sulina de Criadores de Búfalos, o desafio está em criar uma base de consumidores fiéis e um mercado forte que garanta valorização justa. Com a crescente demanda por alimentos mais saudáveis e sustentáveis, a carne de búfalo tem espaço para se consolidar no Brasil. O avanço das pesquisas da Embrapa, a melhoria genética do rebanho e a maior divulgação ao consumidor podem transformar essa proteína em uma alternativa estratégica para diversificar a pecuária nacional.
    Por: Redação

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