Cenário é de superciclo pecuário global em 2026 e “mundo” vai reter fêmeas, alertam especialistasExportações puxam o mercado do boi gordo e sustentam preços Mesmo diante de um cenário de elevada oferta, o mercado do boi gordo conseguiu atravessar o ano com preços relativamente resilientes. O principal fator por trás desse equilíbrio foi o desempenho extraordinário das exportações. Em 2025, o Brasil embarcou 4,98 milhões de toneladas de carne bovina, um crescimento de 19,04% em relação a 2024, atingindo também um recorde histórico em receita . window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});A China permaneceu como o principal destino da carne brasileira, seguida por mercados como México, União Europeia, Rússia e, até a imposição de barreiras, os Estados Unidos. Segundo analistas, boa parte do volume adicional de abates foi absorvida pelo mercado externo, evitando uma pressão mais intensa sobre as cotações internas da arroba . Consumo interno segue como ponto frágil Se as exportações foram o grande motor do setor, o mercado doméstico continuou sendo o elo mais fraco da cadeia. Em 2025, a disponibilidade interna de carne bovina caiu 1,96%, ficando em cerca de 6,45 milhões de toneladas, reflexo direto do baixo poder de compra das famílias brasileiras . O elevado nível de endividamento, aliado à destinação de parte da renda para outros gastos — como apostas e serviços — manteve o consumo de carne bovina reprimido, especialmente nos cortes de maior valor agregado. Esse cenário ajudou a limitar movimentos de alta mais expressivos no preço do boi gordo ao longo do ano. Fim de ano com mercado moroso e preços acomodados Na reta final de 2025, o mercado físico do boi gordo entrou em ritmo de desaceleração, movimento típico do período entre Natal e Ano Novo. Com escalas de abate já preenchidas para o início de janeiro, muitas indústrias reduziram as compras, o que resultou em menor volume de negócios e preços estáveis, especialmente em São Paulo e nas principais praças do país . Consultorias apontam que, apesar da lentidão nas negociações, não houve pressão relevante de baixa, sustentada por boas vendas de carne no mercado interno no fim do ano, desempenho firme das exportações e um dólar mais valorizado, fatores que devem manter janeiro de 2026 sem grandes oscilações . China no radar e apreensão para 2026 O principal ponto de atenção do setor ao virar o calendário é a investigação conduzida pela China sobre os impactos das importações de carne bovina na produção local. Iniciado no fim de 2024, o processo teve seu prazo de conclusão adiado, e o anúncio de eventuais medidas de salvaguarda ficou marcado para 26 de janeiro de 2026 . A possibilidade de restrições ou ajustes nas compras chinesas gera apreensão entre exportadores brasileiros, dado o peso estratégico do país asiático no escoamento da produção nacional. Ainda assim, especialistas destacam que o Brasil segue em posição competitiva frente aos concorrentes globais, muitos dos quais enfrentam redução de rebanho, queda de produção e limitações sanitárias, como Estados Unidos, União Europeia e Argentina . E para 2026? O que esperar do boi gordo O cenário projetado para 2026 combina continuidade da forte presença brasileira no mercado internacional, cautela no curto prazo e ajustes estruturais no médio prazo. A expectativa é de que:
Boi gordo chega ao fim do ano com exportação recorde, preço estável e China no radar; e para 2026?
Mercado do boi gordo encerra 2025 com preços estáveis, demanda interna fragilizada e um fator decisivo no horizonte: a China. O cenário para 2026 mistura cautela, expectativa e ajustes estratégicos ao longo da cadeia.
Mercado do boi gordo encerra 2025 com preços estáveis, demanda interna fragilizada e um fator decisivo no horizonte: a China. O cenário para 2026 mistura cautela, expectativa e ajustes estratégicos ao longo da cadeia. O ano de 2025 ficará registrado como um dos mais relevantes da história da bovinocultura de corte no Brasil, principalmente para o mercado do boi gordo. Em um contexto de forte oferta de animais, o país alcançou o maior volume de abate já registrado, superando 441 milhões de cabeças, o que resultou em uma produção recorde de 11,39 milhões de toneladas de carne bovina. Estados como Mato Grosso, São Paulo e Goiás lideraram esse avanço, enquanto a Região Norte consolidou-se como novo polo relevante da produção nacional. Após um ano histórico para a pecuária brasileira, marcado por abates e exportações recordes, o mercado do boi gordo encerra 2025 com preços estáveis, demanda interna fragilizada e um fator decisivo no horizonte: a China. O cenário para 2026 mistura cautela, expectativa e ajustes estratégicos ao longo da cadeia. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
As exportações sigam como principal pilar de sustentação dos preços, especialmente se não houver restrições severas por parte da China; O consumo interno continue limitado, exigindo estratégias mais eficientes de comercialização e diversificação de cortes; A rastreabilidade, a biosseguridade e a precocidade do rebanho ganhem ainda mais importância para acessar mercados premium; O mercado do boi gordo siga operando com preços mais acomodados no início do ano, com maior volatilidade a partir do segundo semestre, dependendo da oferta de animais e do cenário macroeconômico. Após um 2025 histórico em números, a pecuária brasileira entra em 2026 com bases sólidas, mas consciente de que decisões geopolíticas, especialmente envolvendo a China, podem redefinir o ritmo do mercado nos próximos meses.
Por: Redação





