• Domingo, 28 de dezembro de 2025

BC pede que Toffoli explique acareação no caso do Banco Master

Autoridade monetária entrou com um recurso de embargos de declaração no Supremo Tribunal Federal.

O BC (Banco Central) enviou na 6ª feira (26.dez.2025) um pedido para que o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), esclareça a acareação entre os investigados no caso do Banco Master. Os depoimentos estão marcados para 3ª feira (30.dez.2025), mas o recurso pode atrasar o interrogatório. Até 12h de sábado (27.dez.2025), o ministro não havia respondido. O BC quer saber se o diretor de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, será ouvido como acusado ou como testemunha.

A autoridade monetária fez o pedido por meio de embargos de declaração, um tipo de recurso usado para questionar uma decisão quando houver omissão, contradição, obscuridade ou erro material no texto. O recurso não serve para rediscutir o mérito do julgamento, mas para corrigir ou explicar pontos da decisão.

O BC encaminhou 4 pontos centrais de dúvidas:

Toffoli determinou sigilo nas investigações sobre o Master. Concentrou todos os documentos no Supremo. Só que tem pressa. Toffoli tem se dedicado nos últimos dias a ler e estudar os inúmeros documentos do caso. Pretende fazer um processo profundo para apurar os responsáveis pela fraude que teria, segundo dados do Banco Central, provocado um rombo de aproximadamente R$ 12 bilhões de créditos inexistentes no balanço do Master –o que o banco liquidado nega.

O ministro do Supremo quer saber que tipo de providência foi tomada por todos os envolvidos para que se chegasse ao estágio atual, em que o Banco Master teve de ser liquidado extrajudicialmente.

O ministro decidiu que antes de fazer uma acareação dos principais envolvidos no caso Banco Master, ouvirá separadamente os investigados. O objetivo é reunir as versões para depois confrontá-las durante o processo, quando estarão frente a frente.

Serão acareados:

Os interrogatórios começarão às 14 horas de 3ª feira (30.dez.2025), sem prazo para acabar. Se necessário, recomeçarão no dia seguinte. Uma possibilidade é que cada um dos convocados seja ouvido ao mesmo tempo por diferentes integrantes do gabinete de Dias Toffoli, o que poderia acelerar o processo.

Os depoentes poderão falar por videoconferência. Vorcaro, no entanto, pediu para ir pessoalmente ao STF. A acareação dessas 3 personagens principais do caso do Banco Master não foi solicitada pela PF (Polícia Federal). Trata-se de iniciativa direta de Dias Toffoli.

Antes, em 28 de março, o BRB havia anunciado que compraria o Master e que a operação daria mais competitividade ao mercado bancário e solidez à instituição financeira estatal do governo de Brasília. O BRB pretendia comprar R$ 50 bilhões de ativos do Master (49% do capital votante e 58% do capital total).

A operação foi vetada pelo Banco Central em 3 de setembro de 2025. Em 18 de novembro, o BC liquidou o Master. A decisão se deu no mesmo dia em que a PF deflagrou a operação Compliance Zero e prendeu o fundador do Master, Daniel Vorcaro, e outros dirigentes da instituição.

Por: Poder360

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