• Sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Barroso diz que pacificação depende do fim dos julgamentos do “golpe”

Ministro afirma que só após a conclusão dos processos país entrará em ciclo de cicatrização política.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta 6ª feira (26.set.2025) que a pacificação política no Brasil só será possível depois da conclusão dos processos sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022. O ministro deixa o comando da Corte na próxima 2ª feira (29.set), quando Edson Fachin assume a presidência.

“Eu tinha muita vontade de fazer isso e achava que seria possível, mas os julgamentos do 8 de Janeiro, no volume que foi, e o julgamento do golpe dificultaram muito criar esse ambiente de total pacificação”, disse. Segundo ele, “quem teme ser preso está querendo briga e não pacificação”.

Barroso afirmou acreditar que, uma vez encerrados os julgamentos, o país entrará em um ciclo de cicatrização. “Eu acho que o país vai se pacificar progressivamente depois que acabar os julgamentos de todos os núcleos. E aí as feridas vão começar a cicatrizar”, declarou.

O ministro deixa a presidência da Corte em um momento decisivo. Dos núcleos denunciados pela PGR (Procuradoria Geral da República) por atuar para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, apenas o núcleo central — composto pelo ex-chefe do Executivo e 7 aliados — já foi julgado e condenado pela 1ª Turma do STF.

Dos demais, apenas o quarto núcleo, apontado como responsável pela desinformação e pelo ataque às urnas, tem sessões marcadas. O julgamento está previsto para outubro, e a expectativa é que os processos sejam concluídos ainda em 2025, de forma a evitar que o tema contamine o calendário eleitoral de 2026.

Para Barroso, a etapa mais relevante — o julgamento do núcleo de Bolsonaro — já foi superada. Com a publicação do acórdão, agora segue para a fase de recursos, até que seja possível iniciar o cumprimento das penas.

“A parte mais impactante sobre a eleição é o julgamento que já está quase terminando, que era o núcleo crucial. Eu acho que a partir daí a questão vai ser decrescente em termos de importância política. Porque aí vão aparecer os nomes que vão ser candidatos e o foco vai mudar um pouco”, avaliou.

Por: Poder360

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