As sanções inéditas de Donald Trump (Republicano) contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes podem fortalecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Justiça brasileira –avalia o jornal britânico The Economist em reportagem publicada nesta 5ª feira (31.jul.2025).
Para o The Economist, Trump, Rubio e Bessent parecem acreditar que pressionar Moraes levará à libertação do ex-presidente Jair Bolsonaro de suas acusações. Mas, avalia a revista, o uso inovador da Lei Magnitsky “pode sair pela culatra”.
Lula agora retrata o clã Bolsonaro como “traidores” –e, segundo a publicação, “a maioria dos brasileiros concorda”. Moraes, por sua vez, está acostumado a ameaças e “não se deixa intimidar”.
A publicação lembra que no dia em que as sanções foram anunciadas, na 4ª feira (30.jul.2025), o ministro viajou a São Paulo para assistir ao jogo de seu time.
Ainda, segundo a reportagem, a ofensiva de Trump pode ter efeito contrário ao esperado já que atinge um magistrado “respaldado pela Constituição brasileira, uma das mais extensas do mundo”.
As sanções, impostas sob a Lei Global Magnitsky, congelam os bens de Moraes em bancos norte-americanos e vedam sua entrada nos Estados Unidos. A decisão foi justificada pelo governo dos EUA como resposta a uma “caça às bruxas”.
“Sancionar um juiz em exercício de uma democracia funcional é algo sem precedentes”, diz a publicação.
As sanções vieram dias depois do Departamento de Estado revogar vistos da maioria dos ministros do STF e outros oficiais ligados ao processo contra Bolsonaro.
A publicação também menciona as tarifas de 50% sobre muitas importações brasileiras, que agora entram em vigor a partir de 6 de agosto.
Fala que Trump citou “perseguição política” contra Bolsonaro, mas não mencionou desequilíbrios comerciais –“justificativa usual para tarifas, talvez porque o Brasil tem deficit comercial com os EUA”.
O The Economist afirma que bolsonaristas atacaram prédios públicos em 8 de janeiro de 2023, após o ex-presidente alegar falsamente que houve fraude nas urnas.
Segundo a publicação, os críticos da atuação de Alexandre de Moraes contra Bolsonaro ignoram as evidências reunidas nas investigações do STF para minimizar o episódio.