A noite de jogo no Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu, no Uruguai, na terça-feira (12/8), ficou marcada negativamente para os torcedores do Racing, da Argentina. E não somente pela derrota por 1 x 0 para o Peñarol. , sem explicações e com ação violenta por parte da polícia local.
Em entrevista ao Metrópoles, dois torcedores do time argentino relataram o descontrole, segundo eles, instaurado pelos agentes uruguaios responsáveis pela segurança do estádio.
Confira o momento do conflito:
A tensão entre os torcedores do Racing começou logo na chegada no Uruguai. A revista reforçada por parte da polícia, retardou a entrada dos visitantes no país. Segundo informações do jornal argentino Olé, foram quase duas horas de intervenção. Daí em diante, o clima hostil foi apenas se escalando.
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“Nos obrigaram a entrar no estádio às 16h, uma vergonha. Duas horas antes de começar a partida, as barracas já não tinham comida, bebida e nem sequer água”, contou a torcedora Celeste Bramajo, em entrevista ao Metrópoles.

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O Ministério do Interior do Uruguai instaurou uma regra, nas normas de segurança para a partida, que todos os integrantes da torcida do Racing teriam que ir juntos ao estádio. Isso foi feito por meio de ônibus organizados pela polícia, que iriam partir do Parque Roosevelt, em direção ao Campeón del Siglo, em um percurso com cerca de 12 km.
A bola começou a rolar às 21h30. A tensão parecia estar contagiante, pois se estendeu aos 22 jogadores que estavam em campo. O jogo foi pegado, com paralisações e agressividade clara. Mas os mandantes garantiram a vitória, situação que permitia assumir que não haveria novas intervenções com relação aos torcedores visitantes. Mas, o contrário aconteceu.
“A polícia agiu com violência quando os torcedores do Racing se aglomeraram na tentativa de saída. Atiraram balas de borracha para o alto”, compartilhou Juan Pablo de Luca. O argentino contou que o descontrole tomou conta e a maneira pela qual a polícia decidiu agir foi o causador do problema.
O torcedor do Racing contou que, de todas as experiências acompanhando o time, nunca havia vivido isso. Para ele, o problema principal não foi o ataque dos agentes, mas a proibição de sair do Campeón del Siglo antes das 2h, completando, assim, mais de oito horas nas arquibancadas do estádio uruguaio.
“Abriram os portões para sairmos do estádio às 2h da manhã e, no tumulto das pessoas que queriam sair, jogaram gás de pimenta e soltaram rojões, sem se importar nem um pouco com as crianças”, relatou Celeste.
Além da detenção e hostilidade, o problema se estendeu para fora do estádio. As exigências do Ministério do Interior também exigiam que, assim que saíssem do estádio, os ônibus levassem os torcedores alvi-celestes diretamente de volta ao Parque Roosevelt. Porém, o transporte havia ido embora.
“Não havia um único táxi e os motoristas de aplicativo não aceitavam corridas. Por isso, tivemos que começar a caminhar até que, depois de muitas quadras sem encontrar nenhum transporte, tivemos que parar um ônibus que passava para que, ao menos, nos deixasse na rodoviária Tres Cruces. Um desastre. Não temos nenhuma explicação”, completou Celeste.
Resposta do Racing
O presidente do Racing, Diego Milito, declarou que o ocorrido está na conta do Ministério do Interior do Uruguai. “Tenho uma mistura de enjoo e tristeza. Quero pedir desculpas para os torcedores do Racing, mas foi algo que excedeu do nosso controle. É de responsabilidade do Ministério do Interior do Uruguai”, expressou o dirigente.
O Peñarol não se manifestou, assim como o Ministério do Interior do Uruguai, sobre as ações policiais no Estádio Campeón del Siglo.