• Quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Alvo do tarifaço de Trump, quais produtos o Brasil importa dos EUA

Só em 2024, o Brasil comprou US$ 40,6 bilhões de produtos norte-americanos e, em contrapartida, vendeu US$ 40,4 bilhões

A partir desta quarta-feira (6/8), boa parte das exportações brasileiras serão sobretaxadas em 50% para entrar nos . A medida faz parte de um conjunto de medidas protecionistas impostas pelo presidente . Economistas avaliam que tanto Brasil quanto EUA serão impactados pelo chamado “tarifaço”. Motores, máquinas, e aeronaves são os bens mais importados pelo Brasil dos EUA. Só em 2024, o Brasil comprou US$ 40,6 bilhões de produtos norte-americanos e, em contrapartida, . Essa relação comercial resultou em um déficit na balança comercial de US$ 200 milhões para os brasileiros — diferente do que alega a Casa Branca. Do total importado dos Estados Unidos, 15,2% correspondem a compra de motores e máquinas não elétricos, além de suas partes. Na sequência estão os combustíveis e aeronaves e outros equipamentos, com 9,7% e 4,9% respectivamente. Confira a participação de produtos importados dos EUA: 15,2% – Motores e máquinas não elétricos, e suas partes; 9,7% – Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos; 4,9% – Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes (isento do tarifaço); 4,1% – Gás natural, liquefeito ou não; 3,9% – Polímeros de etileno, em formas primárias; 3,6% – Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus; 3,5% – Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (isento do tarifaço); 2,7% – Instrumentos e aparelhos de medição, verificação, análise e controle; 2,6% – Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários; 2,3% – Outros medicamentos, incluindo veterinários. *Estatísticas de comércio exterior recolhidas no sistema , do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Tarifaço de 50% O Brasil é um dos mais impactados pela medida, com tarifa de 50% sobre os produtos exportados aos EUA. O tarifaço é considerado uma ação política pelo . Isso porque um dos motivos expressos por Trump é a alegação de uma “caça às bruxas” contra , que é acusado de participar da susposta trama golpista. Bolsonaro e outros réus enfrentam um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o golpe de Estado. Economistas avaliam que as medidas promovidas pelo governo norte-americano terão impactos significativos, seja do lado positivo ou negativo, tanto para Brasil quanto para os próprios Estados Unidos. , mas o prazo foi prolongado pata 6 de agosto, esta quarta-feira. Nas vésperas do tarifaço, Trump assinou uma ordem executiva que oficializou a sobretaxa de 50% contra os produtos comprados do Brasil, além de isentar cerca de 700 produtos da taxação. O tarifaço de Donald Trump O presidente norte-americano Donald Trump assinou, em 31 de julho, ordem executiva que oficializou a tarifa de 50% contra os produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos. Na prática, os 50% são a soma de uma alíquota de 10% anunciada em abril, com 40% adicionais anunciados no começo do mês e oficializados na última quarta-feira (30/7). Apesar disso, o líder norte-americano deixou quase 700 produtos fora da lista de itens afetados pela tarifa extra de 40%. Entre eles, suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro. Os produtos isentos serão afetados apenas com a taxa de 10%. A previsão do governo norte-americano é de que o tarifaço entre em vigor em 6 de agosto, esta quarta-feira. Com a extensão do prazo, o ganhou mais alguns dias para avançar em negociações com a e amadurecer o plano de contingência contra o tarifaço. No entanto, as tratativas com o governo Trump não progrediram. Em declarações recentes, o ministro da Fazenda, , afirmou que as medidas de proteção ao tarifaço estão sendo “calibradas” pela equipe econômica. A expectativa é que algumas das ações apresentadas ao presidente sejam implementadas ainda nesta semana. Segundo Haddad, o plano de contingência ficará dentro da meta fiscal. A relação comercial entre Brasil e EUA A relação comercial entre brasileiros e norte-americanos perdura há pelo menos 200 anos. . Nunca o Brasil exportou tanto para os EUA como no ano passado. Segundo dados oficiais, o Brasil tem registrado déficits comerciais com os Estados Unidos nos últimos 16 anos (desde 2009). Ou seja, o país compra mais do que vende aos norte-americanos. Leia também Desde 2009, a é o principal parceiro comercial do Brasil, os EUA vem logo atrás, de acordo com dados do MDIC. À época, os chineses desbancaram os norte-americanos e se tornaram os maiores compradores de produtos brasileiros. Nesse período, a China despontou como o principal comprador de mercadorias brasileiras. Por outro lado, os EUA mantiveram uma relação comercial estável, sem apresentar crescimentos no número de importações de produtos do Brasil. Importações norte-americanos ao Brasil 2025: US$ 21,7 bilhões (até junho) 2024: US$ 40,6 bilhões 2023: US$ 37,9 bilhões 2022: US$ 51,3 bilhões 2021: US$ 39,4 bilhões 2020: US$ 27,9 bilhões Exportações brasileiras aos EUA 2025: US$ 20 bilhões (até junho) 2024: US$ 40,4 bilhões 2023: US$ 36,9 bilhões 2022: US$ 37,4 bilhões 2021: US$ 31,1 bilhões 2020: US$ 21,5 bilhões Saldo da balança comercial para o Brasil 2025: -US$ 1,7 bilhão (até junho) 2024: -US$ 200 milhões 2023: -US$ 1 bilhão 2022: -US$ 13,9 bilhões 2021: -US$ 8,3 bilhões 2020: -US$ 6,4 bilhões
Por: Metrópoles

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