• Quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Produtos que saíram do Brasil até 5 de agosto não serão tarifados

Mercadorias nestas condições terão até 5 de outubro para entrar nos EUA sem serem afetados pela tarifa adicional, segundo o Ministério da Indústria.

A taxação de 50% sobre parte das exportações do Brasil aos EUA começa a valer nesta 4ª feira (6.ago.2025). O Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) afirma que 35,9% dos produtos brasileiros estão sujeitos à tarifa adicional formalizada pelo presidente norte-americano, Donald Trump (republicano), em 30 de julho. Itens como café, frutas e carnes seguem no rol dessa sobretaxa.

Ao Poder360, o órgão explicou que os itens que foram enviados do Brasil aos Estados Unidos até 3ª feira (5.ago) estarão livres da tarifa adicional. Essas mercadorias terão até 5 de outubro de 2025 para entrar no país norte-americano sem que sejam afetadas pela tarifa adicional.

Eis o que afirma a nota do Mdic:

 “Estão livres da tarifa adicional as cargas EMBARCADAS no Brasil até 7 dias após a Ordem Executiva de 30 de julho, desde que entrem nos EUA até 5 de outubro. Serão tarifados os produtos sujeitos à alíquota adicional que embarcarem após 00:01 de 6 de agosto.”

Há 694 produtos brasileiros livres do tarifaço de 50%. Aviões, suco de laranja e petróleo e derivados estão entre esses itens.

O ministério disse que aproximadamente 44,6% das exportações brasileiras compõem a lista de exceções à tarifa adicional de 40% imposta. Equivalem a US$ 18 bilhões.

O Mdic avalia que, em razão disso, 64% das exportações brasileiras seguirão competindo “em condições semelhantes” com produtos de outros países no mercado norte-americano. Em valores, representa US$ 25,9 bilhões do que o setor produtivo do Brasil vendeu aos Estados Unidos em 2024.

Há outros itens sujeitos a tarifas específicas (25%), como carros e autopeças.

“Os dados são aproximados, seja em razão do uso do produto, seja porque a lista detalhada de certos produtos ainda não foi divulgada”, afirmou o ministério.

Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) estima que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve perder R$ 25,8 bilhões com o tarifaço no curto prazo (de 1 a 2 anos). Representaria 0,22% da atividade econômica.

A situação se dá mesmo com a lista de 694 produtos brasileiros livres do tarifaço de 50%. Neste cenário, 146,6 mil empregos formais e informais estariam em xeque. Leia a íntegra (PDF – 2 MB) do levantamento.

Ao se considerar um efeito de longo prazo (de 5 a 10 anos), a possível perda no PIB brasileiro com o tarifaço é de R$ 110,4 bilhões (ou 0,94%). Seriam atingidos 618 mil empregos formais e informais.

Por: Poder360

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