Os holofotes do presidente à Ásia nesta semana estão voltados ao com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para o próximo domingo (26/10), na Malásia. Mas a comitiva brasileira à Ásia é extensa e tem na agenda possíveis acordos nas áreas de tecnologia, mineração, pecuária, aviação e até ambiental, que podem mudar o panorama comercial brasileiro na região.
Na área de tecnologia, apurou o Metrópoles com fontes do governo, há dois entendimentos encaminhados. O primeiro é um memorando entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Agência Nacional de Pesquisa e Inovação da República da Indonésia (BRIN). Por isso, a titular da pasta, , acompanha a comitiva presidencial.
Esse instrumento permite o desenvolvimento conjunto de tecnologias e projetos de pesquisa. Com o país do Sudeste Asiático também devem ser discutidas questões ambientais, pois a Indonésia tem a terceira maior floresta tropical do mundo. A conversa ocorre em um contexto em que o presidente Lula tenta arregimentar apoio para implementar um fundo, na COP30, que visa justamente a preservação desse bioma.

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1 de 5 Ministério da Ciência e Tecnologia é comandado por Luciana Santos (PCdoB) Hugo Barreto/Metrópoles
@hugobarretophoto
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2 de 5 KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
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3 de 5 Kebec Nogueira/ Metrópoles
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4 de 5 Ricardo Stuckert / PR
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5 de 5 O presidente Lula KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
Na Malásia, durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), haverá encontro bilateral entre Luciana Santos e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação malaio, Chang Lih Kang. Eles também firmarão memorando de entendimento para cooperação, inclusive com intercâmbio de pessoal, cientistas e especialistas.
Carnes
A Ásia tem feito brilhar os olhos do mercado pecuarista brasileiro há tempos, mas o que antes era encanto passou a ser visto como necessidade diante do imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. O setor aponta que os países asiáticos valorizam — e pagam bem — partes de animais que não são tão valorizados no ocidente, como os miúdos bovinos.
Uma língua de boi no Japão, por exemplo, ultrapassa a casa dos US$ 10 por quilo. O Brasil, porém, exporta esse produto a US$ 2 o quilo para outros parceiros. A abertura do mercado asiático à carne brasileira ainda enfrenta diversas barreiras comerciais, que vêm sendo superadas aos poucos. A última “conquista” do setor foi de exportação para a Indonésia, em agosto.
Minerais e transporte
De acordo com informações preliminares da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), hoje o Brasil tem participação de apenas 1,9% nas importações dos países da Asean. Fazem parte do bloco Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Singapura, Tailândia e Vietnã.
Nesse sentido, foram mapeadas 1.871 oportunidades de exportação para a Asean, sendo 336 para máquinas e equipamentos de transporte, como aeronaves, automóveis e equipamentos de engenharia civil. Apesar disso, a agência destacou em relatório que pauta exportadora do Brasil para o bloco é concentrada em commodities, com destaque para petróleo, minério de ferro e produtos agrícolas.