• Quinta-feira, 4 de julho de 2024

Agricultor diversifica produção com criação de abelhas, mas deriva de defensivos ameaça

“Cogitamos parar”, afirma produtor de MT que investiu na criação de abelhas após perder soja orgânica por conta da ferrugem asiática.

“Cogitamos parar”, afirma produtor de MT que investiu na criação de abelhas após perder soja orgânica por conta da ferrugem asiática. Após anos dedicados à produção de soja orgânica, o agricultor Bruno Franciosi investiu na criação de abelhas na fazenda em Tangará da Serra, Mato Grosso. A diversificação começou há uma década e foi motivada pelas perdas constantes com a soja devido à ferrugem asiática e outras dificuldades de mercado. Além disso, a apicultura contribui significativamente para a polinização das culturas na fazenda, resultando em ganho de produtividade. “Esse ano a gente fez um experimento com canola, colocamos uma colmeia por hectare, e vimos um incremento de até 40% na produção devido à polinização das abelhas”, afirma Bruno. 
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    A fazenda, que possui uma área de mais de seis mil hectares de reserva do Cerrado, mostrou-se um local ideal para a produção de mel orgânico. No entanto, nos últimos anos, o produtor tem enfrentado perdas com a deriva de defensivos agrícolas. A deriva ocorre quando os produtos aplicados em uma área agrícola se deslocam pelo ar e atingem outras lavouras, muitas vezes distantes.  “De quatro anos para cá, temos perdido muitas abelhas devido à deriva de defensivos. Todo ano é a mesma coisa, perdemos colmeias inteiras”, conta Franciosi que, inicialmente, investiu na apicultura como um hobby com 20 caixas de abelhas. Depois, o negócio foi expandido para 100 e, após a contratação de um apicultor, chegou a 700 colmeias. Com perdas de abelhas, apicultor precisou comprar mel para garantir negócio Apesar do crescimento no volume de colmeias, o agricultor precisou buscar mel de outros fornecedores para complementar a produção. “Ano passado e este ano, precisei comprar mel do Nordeste para manter a marca, pois a nossa produção foi insuficiente para garantir a distribuição devido à alta mortalidade das abelhas”, relata Bruno Franciosi ao Agro Estadão.   O agricultor procurou o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) que identificou o fipronil como o defensivo responsável pela morte das abelhas, porém, “não houve ações concretas para mitigar danos”, lamenta Franciosi. “Cogitamos parar, porque não é nosso foco principal. No entanto, continuamos na esperança de que a recente proibição da aplicação aérea de alguns defensivos traga uma solução”, avalia Franciosi. Vale ressaltar que, em dezembro do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu a pulverização foliar não dirigida ao solo ou às plantas. Isso significa que as  aplicações em área total, não é permitida. Vale ressaltar que, em dezembro do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu a pulverização foliar não dirigida ao solo ou às plantas. Isso significa que as  aplicações em área total, não é permitida.
    Foto: melmahanati/Divulgação
    Foto: melmahanati/Divulgação
    Vale ressaltar que, em dezembro do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu a pulverização foliar não dirigida ao solo ou às plantas. Isso significa que as  aplicações em área total, não é permitida.
    Foto: melmahanati/Divulgação
    Foto: melmahanati/Divulgação
    “Colmeia Viva” busca soluções para mitigar impactos na produção Como resposta à crescente preocupação com a mortalidade das abelhas, frequentemente associada ao uso de defensivos agrícolas, o projeto Colmeia Viva, atualmente, coordenado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), visa promover um diálogo entre agricultores e criadores de abelha.  Entre as ações do projeto, vigente há mais de uma década no Brasil, destaca-se um aplicativo gratuito desenvolvido especialmente para o Colmeia Viva, onde agricultores e apicultores podem registrar suas localizações e se comunicar. “O agricultor consegue avisar quando haverá uma aplicação de defensivos e, então, o apicultor consegue proteger as suas colmeias”, explica a coordenadora do comitê de uso correto e seguro do Sindiveg, Claudia Barreto, ao Agro Estadão. Além da comunicação direta, o projeto também investe em educação. Foram desenvolvidos materiais educativos e cursos presenciais e online para capacitar tanto agricultores quanto apicultores sobre boas práticas agrícolas e o uso seguro de defensivos. A iniciativa oferece ainda atendimento via 0800 771 8000, com auxílio técnico especializado para qualquer região do país.  “Essas iniciativas visam reduzir os impactos negativos sobre as abelhas e promover práticas mais sustentáveis na agricultura”, pontua Claudia. Recentemente, a Embrapa divulgou resultado de uma pesquisa sobre o consórcio abelha-soja, mostrando que a produtividade do grão e do mel aumentam quando as duas culturas andam juntas.  Fonte: Estadão Conteúdo VEJA TAMBÉM:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

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