Haras investe mais de R$ 300 mil em clonagem e gera cópia de égua campeã mundial do hipismoAté 2025, a política da FEI era clara e rígida. Qualquer presença visível de sangue no cavalo — seja na boca, nariz, flancos ou marcas excessivas provocadas por espora ou chicote — resultava em eliminação imediata do conjunto, independentemente da gravidade ou da causa da lesão. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Havia apenas uma exceção limitada: em casos considerados pontuais, como quando o cavalo mordia a própria língua, os oficiais podiam autorizar a limpeza ou enxágue da boca. Ainda assim, qualquer novo sangramento observado após esse procedimento implicava eliminação automática. Essa abordagem foi defendida durante anos como um pilar de proteção ao bem-estar animal e como um sinal claro de que o esporte não tolera dor ou maus-tratos visíveis. Com a nova regulamentação, a FEI adota um sistema de penalidades progressivas, abandonando o modelo de tolerância zero. As decisões passam a ser tomadas de forma conjunta pelo Júri de Campo e pelo Delegado Veterinário da prova. Na prática, a regra passa a funcionar da seguinte forma: Primeira infração:
– Registro de uma advertência oficial
– Exame veterinário obrigatório
– O cavalo pode continuar na competição caso seja considerado apto pelos responsáveis técnicos Segunda infração dentro de um período de 12 meses:
– Nova advertência registrada
– Aplicação de multas (exemplo citado: 1.000 francos suíços)
– Suspensão do condutor ou responsável (exemplo citado: um mês) Segundo a FEI, o foco está em diferenciar acidentes pontuais de condutas abusivas ou recorrentes, permitindo sanções mais severas apenas quando há reincidência. A alteração provocou reações imediatas e polarizadas dentro da comunidade equestre internacional. Apoiadores da nova regra, incluindo parte dos cavaleiros e federações nacionais, defendem que o modelo anterior gerava eliminação injusta em situações acidentais, como quando o cavalo se machuca sem relação com maus-tratos. Para esse grupo, a nova abordagem evita prejuízos esportivos desproporcionais e ajuda a preservar a viabilidade competitiva do hipismo, sem abandonar a fiscalização veterinária. Já os críticos, entre eles defensores do bem-estar animal e representantes de outras federações, avaliam que a mudança representa um enfraquecimento simbólico da proteção aos cavalos. O principal argumento é que sangue é sempre sinal de uma lesão existente, e permitir a continuidade da prova pode normalizar a dor, mascarar práticas inadequadas e comprometer a imagem ética do esporte perante o público. A FEI ressaltou que, mesmo com a mudança, modalidades tradicionalmente mais sensíveis ao bem-estar animal, como adestramento e concurso completo, continuarão sob critérios mais rigorosos de avaliação, com menor margem para flexibilização. A entidade afirma que o novo modelo não elimina a fiscalização, mas reforça o papel técnico de veterinários e oficiais, que passam a ter maior responsabilidade na análise caso a caso. Ao abandonar oficialmente a política de tolerância zero, a FEI inaugura uma nova fase regulatória no hipismo internacional. A decisão reacende discussões profundas sobre ética, competitividade e responsabilidade, colocando em lados opostos quem prioriza a rigidez absoluta como garantia de bem-estar e quem defende sanções proporcionais e baseadas em avaliação técnica. Com a entrada em vigor prevista para 2026, o impacto real da mudança só será plenamente avaliado nas pistas. Até lá, o tema deve continuar no centro dos debates sobre o futuro do hipismo e a prática responsável da equitação de alto rendimento.





