O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), 50 anos, gravou em vídeo um duro depoimento contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada na 2ª feira (4.ago.2025). Em um trecho de sua fala, Tarcísio pergunta: “Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la? Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais?”.
Sempre citado como possível candidato a presidente da República em 2026 para substituir Bolsonaro como nome da direita, Tarcísio começa seu vídeo dizendo que “a prisão de Jair Bolsonaro é um absurdo”. Para o governador, “a verdade é que Bolsonaro foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar. Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”.
Chama a atenção que em seu vídeo o governador não cita o STF (Supremo Tribunal Federal) nem o ministro Alexandre de Moraes, que foi responsável por decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro. Tarcísio mantém relação amistosa com Moraes e com vários integrantes do STF que são criticados por bolsonaristas.
O governador tampouco se manifesta a respeito de um desejo da direita e dos bolsonaristas, que é promover um processo de impeachment contra Moraes no Senado. Essa hipótese hoje é remotíssima, pois falta o apoio de senadores para avançar com o processo.
Tarcísio tem sido a favor de algum tipo de anistia para liberar da prisão os presos do 8 de Janeiro e também incluir o ex-presidente Bolsonaro nesse pacote. Na sua fala gravada em vídeo, ele não usa a palavra anistia, mas a expressão “desescalar a crise”.
“Já passou da hora das instituições tomarem iniciativas para desescalar a crise, acabarem com uma disputa que resulta em soma zero, que mostra incapacidade de resolver e mediar conflitos, que não gera outro efeito senão a perda de confiança”.
No final de seu vídeo, Tarcísio declara apoio a Bolsonaro: “Hoje, cada um dos brasileiros de bem que acredita na liberdade, na democracia e na justiça, está sendo punido também. Mas saibam, não vão calar o movimento. Força, presidente. Estamos com você”.
