O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson (Partido Moderado, centro-direita), confirmou que utiliza o ChatGPT e outras ferramentas de IA para obter “segundas opiniões” no exercício de suas funções governamentais. A declaração foi dada ao jornal de negócios Dagens industri nesta 3ª feira (5.ago.2025).
“Eu uso com bastante frequência. Se não por outro motivo, para uma segunda opinião. O que outros fizeram? E devemos pensar o completo oposto? Esse tipo de questões“, afirmou.
Após declarar usar regularmente o ChatGPT e o LeChat, Kristersson recebeu críticas da imprensa sueca, dos cidadãos e de especialistas em IA. Especialistas em tecnologia manifestaram preocupação com os riscos dessa prática. O jornal Aftonbladet publicou editorial acusando o primeiro ministro de ter “caído na psicose de IA dos oligarcas”.
O porta-voz do premiê, Tom Samuelsson (Partido Moderado), tentou reduzir as preocupações: “Naturalmente não são informações sensíveis de segurança que acabam lá. É usado mais como uma referência geral”.
Simone Fischer-Hübner, pesquisadora de ciência da computação na Universidade de Karlstad, alertou em declaração ao Aftonbladet que é necessário ter “muito cuidado” ao usar IAs e expressou preocupação sobre o uso da inteligencia artificial em um trabalho que envolve informações sensíveis.
Virginia Dignum, professora na Universidade de Umeå, disse ao jornal Dagens Nyheter que a IA não consegue fornecer opinião significativa sobre ideias políticas.
“Quanto mais ele depende da IA para coisas simples, maior o risco de uma confiança excessiva no sistema. É um caminho escorregadio”. Acrescentou que a população deve “exigir que a confiabilidade seja garantida” uma vez que “não votamos no ChatGPT”.
