A UE (União Europeia) anunciou nesta 4ª feira (12.mar.2025) “contramedidas comerciais” em resposta às tarifas de 25% impostas pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano) sobre as importações de aço e alumínio da Europa. Segundo a Comissão Europeia, as taxas aplicadas pelos Estados Unidos são “injustificadas e prejudiciais” para o comércio transatlântico.
De acordo com Ursula von der Leyen, presidente da comissão, serão aplicadas taxas sobre 26 bilhões de euros em produtos dos EUA a partir de 1º de abril. A decisão intensifica as tensões comerciais entre o bloco e Washington.
“Lamentamos profundamente essa medida“, afirmou von der Leyen após as tarifas americanas entrarem em vigor a 00h01 (horário de Washington) desta 4ª (12.mar). Além da UE, as tarifas também atingem o Brasil, a China, o Canadá, o Japão e a Austrália.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda retaliar os EUA e disse que vai pedir a avaliação de técnicos sobre o que poderia ser feito. O ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, receberá representantes do Instituto Aço Brasil nesta 4ª feira (12.mar) com objetivo de “tratar do setor do aço”.
Segundo o comunicado à imprensa, a UE implementará suas contramedidas em 2 etapas. “Como os Estados Unidos estão aplicando tarifas no valor de 28 bilhões de dólares, estamos respondendo com medidas no valor de 26 bilhões de euros“, acrescentou von der Leyen.
As medidas europeias têm como alvo produtos industriais norte-americanos, incluindo aço, alumínio, ferramentas domésticas, plásticos e bens de madeira.
Outros produtos afetados são aves, carne bovina, frutos do mar, nozes, ovos, laticínios, açúcar e vegetais, sujeitos à aprovação dos países-membros da UE.
A UE também vai restaurar tarifas sobre produtos simbólicos americanos, como uísque bourbon, jeans e motocicletas Harley-Davidson. Esses produtos já haviam sido tarifados durante o 1º mandato de Trump.
“Sempre permaneceremos abertos à negociação. Acreditamos firmemente que, em um mundo repleto de incertezas geopolíticas e econômicas, não é do nosso interesse comum sobrecarregar nossas economias com tarifas“, declarou von der Leyen.
O ministro de assuntos europeus da França, Benjamin Haddad, sugeriu que a UE poderia “ir mais longe” em sua resposta, incluindo serviços digitais ou propriedade intelectual caso fosse necessário.
Fora da UE desde janeiro de 2020, o Reino Unido anunciou que adotará uma estratégia diferente dos outros países europeus. O secretário do Tesouro britânico, James Murray, indicou que buscará um caminho “pragmático” em vez de anunciar retaliações imediatas.
“Estamos negociando rapidamente um acordo econômico com os EUA, com potencial para eliminar tarifas adicionais“, explicou Murray em entrevista à Times Radio, sem entrar em detalhes.
Leia mais:
