• Sábado, 27 de setembro de 2025

UE quer muro antidrones para se defender da Rússia

Bloco suspeita que o governo Putin esteja por trás das ações. Medida foi pensada após invasões de drones em Polônia, Romênia e Dinamarca

Países no leste da União Europeia concordaram na sexta-feira (26/9) em priorizar a criação de um “muro antidrones” para defender o bloco de futuras violações de seu espaço aéreo. A decisão foi tomada em reunião da qual participaram os ministros da Defesa de dez países da região, após diversos episódios recentes envolvendo drones de procedência desconhecida na Polônia, Romênia e Dinamarca. Leia também A UE suspeita que a Rússia esteja por trás das incursões, algo que Moscou nega. “A Rússia está testando a UE e a Otan, e nossa resposta tem que ser firme, unida e imediata”, declarou o comissário europeu para Defesa, Andrius Kubilius, a jornalistas após a reunião. Mais recentemente nesta semana, na madrugada de quarta para quinta-feira (25/09), drones foram avistados próximos ao aeroporto de Aalborg, no norte da Dinamarca. O episódio levou à suspensão por várias horas de voos no local, que também serve de base militar. Outros três aeroportos menores no país também registraram incidentes. Já na segunda-feira, a Estônia teve seu espaço aéreo violado por caças russos, que teriam circulado por vários minutos antes de serem escoltados por caças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) operados por Finlândia, Itália e Suécia. “Aprender com a Ucrânia” Participaram do encontro desta sexta-feira Bulgária, Dinamarca, Eslováquia, Estônia, Finlândia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia, além de representantes da Ucrânia e da Otan. Segundo Kubilius, o acordo prevê a criação de um “muro antidrones” como parte de uma estrutura de vigilância no flanco leste da UE, que incluirá ainda defesas terrestre e marítima. O sistema antidrones deve incluir radares e sensores acústicos, e ser capaz de interceptar e destruir drones. Ao jornal britânico The Guardian, Kubilius reconheceu que o financiamento de uma estrutura do tipo é um desafio. “Se você usar mísseis de um caça para abater o drone, então estará usando […] um míssil que custa 1 milhão de euros para derrubar um drone que custa 10 mil euros.” Foi o que aconteceu no caso da Polônia no início de setembro, quando o país usou munições caras disparadas por caças para abater drones de baixo custo. “Veremos como construir uma política industrial e caixa de instrumentos financeiros abrangentes para tornar realidade este escudo”, acrescentou, estimando os custos do sistema antidrone em “alguns vários bilhões de euros”. Os planos foram anunciados em um momento em que cresce o apoio à proposta de um empréstimo de 140 bilhões de euros à Ucrânia (R$ 875 bilhões), bancados com recursos do Banco Central da Rússia congelados pelas autoridades europeias. À agência de notícias AFP, o comissário da UE defendeu que o bloco precisa agir rápido e aprender com a Ucrânia, alvo recorrente de drones e mísseis russos. O tema ainda precisa do aval dos líderes políticos da UE, e deve ser debatido numa cúpula em outubro, mas já conta com o apoio da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O ministro ucraniano da Defesa, Denys Shmygal, que participou da reunião, disse via X que o “muro antidrones” criará um “ecossistema de defesa fundamentalmente novo na Europa, do qual a Ucrânia está pronta para fazer parte”. Kiev desenvolveu ao longo da guerra com a Rússia uma série de habilidades para reconhecer e abater drones russos de forma barata. Emissários da UE afirmam que o foco inicial é desenvolver, dentro de um ano, uma rede de sensores para detectar possíveis invasões. Leia mais em , parceira do Metrópoles.
Por: Metrópoles

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