A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (Partido Popular Europeu, centro-direita), defendeu nesta 5ª feira (18.set.2025) que a UE (União Europeia) busque acordos comerciais com países como a Índia para reduzir a dependência dos EUA.
A fala se deu durante conferência com empresários alemães e em meio à pressão das tarifas impostas em julho deste ano pelo presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), ao bloco europeu.
“Queremos fazer um acordo com a Índia este ano”, afirmou Von der Leyen. A política acrescentou que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi (BJP, direita), garantiu a ela seu comprometimento com esse objetivo em uma ligação realizada na 4ª feira (17.set).
Entre os demais países mencionados por Von der Leyen estão África do Sul, Malásia e Emirados Árabes.
Em 3 de setembro, a Comissão Europeia apresentou suas propostas para concluir o Acordo de Parceria UE-Mercosul e o Acordo Global Modernizado UE-México. Os textos buscam criar a maior zona de livre comércio do mundo e diversificar as relações comerciais do bloco com a América Latina.
Em discurso em 10 de setembro, ela já havia defendido a abertura de novos mercados e redução da dependência dos EUA. “O mundo quer escolher a Europa e nós precisamos fazer negócios com o mundo”, declarou.
Apesar de afirmar que “80% do comércio é feito com outros países que não os Estados Unidos”, a presidente da Comissão Europeia reconheceu que a relação comercial com o país “é a mais importante”.
Em julho, a UE acordou com o governo Trump uma tarifa de 15% para o bloco em troca de investimentos de US$ 750 bilhões em energia dos EUA. O acordo foi alvo de críticas, por ser considerado excessivamente vantajoso aos EUA.
“Ouvi muitas coisas sobre o acordo alcançado. Entendo as reações iniciais. E por isso quero ser clara: a relação comercial com os EUA é a nossa relação mais importante. Exportamos cerca de 500 bilhões de euros todo ano. Milhões de empregos dependem disso”, afirmou.
A presidente da Comissão Europeia disse que, apesar do acordo, feito para manter o mercado norte-americano acessível para as indústrias europeias, as regulações digitais e ambientais do bloco não foram negociadas. “A Europa sempre decidirá por si”, declarou na ocasião.
Em 10 de setembro, o presidente norte-americano pediu à UE que impusesse tarifas de até 100% à China e à Índia por causa da compra de petróleo russo por esses países. A recente fala de von der Leyen sobre parcerias comerciais joga um balde de água fria nas expectativas do republicano.