• Terça-feira, 17 de junho de 2025

Títulos da Braskem mostram elevada incerteza após piora em rating

S&P Global Ratings diminuiu de BB+ para BB a nota de rating da empresa petroquímica em maio.

Os preços de mercado dos títulos “bonds” da Braskem indicam que há uma elevada incerteza entre os agentes financeiros em relação ao pagamento dos empréstimos emitidos no passado. A S&P Global Ratings piorou de BB+ para BB a nota de crédito da empresa petroquímica do Brasil em 27 de maio. A perspectiva piorou para negativa. Eis o comunicado da companhia (PDF – 108 kB).

Os títulos de dívida emitidos pela Braskem financiam a empresa, que, em troca, remunera o investidor no futuro com juros. São conhecidos como “bonds” e ofertados no mercado internacional. Há 7 títulos com vencimentos em 2028, 2030, 2031, 2033, 2034, 2041 e 2050.

Os títulos foram emitidos no passado, em 2024, mas continuam sendo negociados no mercado secundário. Há a possibilidade de comprá-los de investidores que já os têm. Desta forma, não há uma “oferta direta” da Braskem, mas ainda é possível comprar e vender no mercado.

A taxa de juros é determinada por fatores de risco. Quanto maior o risco de o emissor não conseguir pagar o valor, maior a remuneração. Os agentes financeiros podem optar por manter os “bonds” até o vencimento ou negociar com investidores pelo preço de mercado.

O yield –rentabilidade anual efetiva para quem compra hoje o título– subiu. O aumento reflete incerteza dos investidores quanto ao pagamento por parte da empresa. O bond 2031 vale hoje 81,34% do que valia quando foi lançado em outubro de 2017. O yield era de 4,50% na emissão e passou para 13,36% na 2ª feira (16.jun.2025).

Emitido em outubro de 2024, o título com vencimento em 2034 que tinha remuneração de 8% ao ano aumentou a taxa para 12,69% anuais.

O yield é o rendimento efetivo que um investidor recebe ao comprar um título no preço atual do mercado. É uma medida dinâmica, que varia de acordo com o risco da empresa. Se há dúvidas sobre a saúde financeira da empresa, os títulos perdem valor e o yield sobe.

Na avaliação das agências de classificação de risco, o prolongamento do ciclo de baixa da indústria petroquímica global e as incertezas macroeconômicas globais devem continuar impactando os indicadores financeiros das empresas do setor.

A Braskem disse, em maio, que reforça seu compromisso com a sua liquidez, o fortalecimento da competitividade da indústria química brasileira e “a implementação das iniciativas de resiliência e higidez financeira para mitigar os impactos do ciclo da indústria”.

A empresa registrou lucro líquido de R$ 698 milhões no 1º trimestre de 2025. Reverteu prejuízo de R$ 1,345 bilhão do mesmo período de 2024. Em 2024, o prejuízo foi de R$ 11,3 bilhões.

Por: Poder360

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