• Quinta-feira, 23 de outubro de 2025

TCU impõe controle mais rígido à PPP do túnel Santos-Guarujá

Tribunal deu 60 dias para APS e Antaq apresentarem plano de fiscalização sobre uso de recursos federais no projeto.

O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou na 4ª feira (22.out.2025) um controle mais rígido sobre o uso de recursos federais na PPP (Parceria Público-Privada) do túnel imerso Santos-Guarujá. Eis a íntegra da decisão (PDF – 633 kB).

A Corte de Contas ordenou que a APS (Autoridade Portuária de Santos) e a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) apresentem, em até 60 dias, um plano de controle para acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos federais na parceria.

O documento deverá estabelecer:

Segundo o TCU, o objetivo é preencher lacunas na governança e no planejamento financeiro do projeto, especialmente quanto ao aporte da APS —que, embora use recursos próprios, envolve verbas federais classificadas como investimento direto.

Outro ponto analisado foi a titularidade futura do túnel, classificado como ativo público de natureza híbrida. O TCU indicou que o convênio estabelece a reversão da infraestrutura à União ao fim da concessão, com exceção dos acessos urbanos.

Determinou, porém, que o Ministério de Portos e Aeroportos apresente, em até 5 dias depois da manifestação da SPU (Secretaria de Patrimônio da União), a posição final sobre a titularidade do ativo nos autos do processo.

O Tribunal recomendou ainda que a APS e a Antaq contratem um Organismo de Inspeção Acreditada para auxiliar no acompanhamento técnico e financeiro dos aportes federais.

A medida busca reforçar o controle e a transparência em uma obra considerada de alta complexidade e de valor estratégico para a integração entre as margens do estuário santista.

O túnel imerso Santos-Guarujá, previsto para ligar as duas cidades sob o canal do Porto de Santos, é um dos projetos de mobilidade mais aguardados do país.

Além de reduzir o tempo de travessia —hoje feita por balsas—, a obra deve melhorar a fluidez logística portuária e impulsionar o desenvolvimento regional.

A PPP, vencida pela construtora portuguesa Mota-Engil, determina construção, operação e manutenção do túnel por 30 anos. O investimento total é estimado em cerca de R$ 6 bilhões, com recursos federais, estaduais e privados.

O Tribunal reconheceu avanços na governança federativa depois da fase de audiências e negociações conduzidas pelo ministro relator Bruno Dantas, em agosto de 2025.

As mudanças foram formalizadas no 1º Termo Aditivo ao Convênio de Delegação de Competências 7 de 2025, firmado entre o Ministério de Portos e Aeroportos e o governo de São Paulo.

Entre os ajustes estão:

Para o TCU, as alterações afastaram o risco de irregularidade inicialmente apontado sobre a divisão de competências entre os entes federativos.

Por: Poder360

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