• Segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Tarifaço: exportação de café especial do Brasil aos EUA despenca

Volume total caiu 70% de julho a agosto de 2025; o produto tem maior valor agregado que o grão de café convencional.

As exportações brasileiras de café especial e solúvel para os Estados Unidos caíram drasticamente em agosto de 2025. O movimento é consequência direta do tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros.

Segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), o país embarcou 21.679 sacas de café especial aos norte-americanos no mês passado. O volume representa queda de 69,6% na comparação com julho e de 79,5% em relação a agosto de 2024.

O café especial tem maior valor agregado que o grão convencional, por ser produzido com padrões de qualidade superiores. Por isso, a redução dos embarques ao mercado norte-americano tem impacto econômico ainda mais relevante para o setor.

No caso do café solúvel, os embarques foram de 26.460 sacas em agosto. A retração foi de 50,1% frente a julho e de 59,9% na comparação com igual mês do ano passado.

Com a redução, os Estados Unidos caíram da 1ª para a 6ª posição entre os maiores importadores de café especial do Brasil em agosto de 2025. O país ficou atrás de:

Apesar disso, os norte-americanos ainda lideram o ranking acumulado de 2025, devido ao desempenho dos meses anteriores.

De acordo com a presidente da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), Carmem Lucia Chaves de Brito, o aumento da taxa tornou inviável parte dos contratos.

“Muitos contratos que haviam sido assinados vêm sendo suspensos, cancelados ou adiados, a pedido dos importadores americanos, uma vez que a taxação de 50% sobre os cafés especiais brasileiros torna praticamente inviável a realização desses negócios, devido aos preços extremamente elevados, o que justifica essa queda expressiva no desempenho das exportações aos Estados Unidos”, disse.

Ela avalia que os efeitos não se restringem aos exportadores brasileiros.

“Já observamos elevação no preço do café à população americana, gerando inflação à economia do país. Isso é uma pena, pois afetará o maior mercado consumidor global, que é o principal parceiro dos cafés do Brasil, podendo fazer ruir parte dessa estrutura madura e consolidada, a qual foi edificada com alto custo e esforço dos diferentes elos da indústria cafeeira de Brasil e Estados Unidos”, afirmou.

Por: Poder360

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