Os associados do Corinthians decidirão neste sábado (9.ago.2025) se confirmam ou rejeitam o impeachment do presidente afastado Augusto Melo. A assembleia-geral será realizada no ginásio Wlamir Marques, no Parque São Jorge, sede social do clube paulista, na zona leste paulistana. A votação será realizada com cédulas de papel, das 9h às 17h.
Romeu Tuma Jr., atual presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, convocou a consulta. Se a maioria dos votantes aprovar o impeachment, Melo será definitivamente removido do cargo, levando à convocação de novas eleições indiretas em 30 dias. Se a proposta for rejeitada, o dirigente retornará imediatamente às suas funções.
Melo assumiu o Corinthians em janeiro de 2024 e foi afastado em maio de 2024 pelo Conselho Deliberativo, sob suspeita de irregularidades no contrato com a VaideBet. O Corinthians está sob comando interino de Osmar Stábile. A situação do presidente afastado se complicou depois de ele virar réu por furto, associação criminosa e lavagem de dinheiro, por causa da relação com a casa de apostas.
A Comissão Eleitoral estabeleceu critérios específicos para participação na votação deste sábado (9.ago). Somente associados maiores de 18 anos, com no mínimo 5 anos de associação e mensalidades em dia poderão votar na assembleia. Aproximadamente 10.000 sócios atendem aos requisitos para participar. A expectativa, porém, é que de 2.000 a 3.000 compareçam efetivamente ao pleito.
No dia 26 de maio, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou, por maioria, o afastamento cautelar de Augusto Melo da presidência do clube. A decisão atendeu a um pedido de destituição protocolado pelo grupo “Movimento Reconstrução SCCP”, que reuniu 86 assinaturas de conselheiros —em sua maioria opositores.
O requerimento foi fundamentado nas investigações que levaram Augusto Melo a se tornar réu por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro no caso envolvendo o contrato de patrocínio com a VaideBet. A suspeita é que parte do dinheiro do contrato –já cancelado–foi parar nas contas de uma empresa ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
No mesmo processo, também respondem o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura; o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano; e Alex Fernando André, o “Alex Cassundé”, apontado como intermediário do acordo com a casa de apostas.
A reunião que decidiu pelo afastamento contou com a presença de 236 dos 300 conselheiros —entre eleitos e vitalícios. Do total, 234 votaram, resultando em 176 votos favoráveis ao impeachment, 57 contrários e um em branco, além de um conselheiro que não votou.
Paralelamente ao processo no Conselho Deliberativo, Augusto Melo ainda enfrenta outros 3 pedidos de destituição protocolados na Comissão de Ética do clube, ampliando a pressão sobre seu mandato. O presidente afastado nega irregularidades e afirma ser alvo de um complô de antigos dirigentes.
