• Terça-feira, 25 de junho de 2024

Silagem: Saiba o que é silagem, porque produzir e passo a passo de como fazer

Neste texto te contaremos o passo a passo para garantir a melhor qualidade na produção da sua silagem. Confira!

Neste texto te contaremos o passo a passo para garantir a melhor qualidade na produção da sua silagem. Confira! Os custos com a alimentação representam a maior parte do custo total da produção de leite. Os concentrados correspondem a 2/3 do total desse custo com alimentação, enquanto os volumosos representam 1/3.
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    Contudo, se for ofertado um volumoso de boa qualidade, haverá um impacto no custo com concentrado, reduzindo-o. Por isso, atualmente a silagem é um dos principais componentes da dieta de bovinos. Neste texto te contaremos o  passo a passo para garantir a melhor qualidade na produção da sua silagem. Neste texto te contaremos o passo a passo para garantir a melhor qualidade na produção da sua silagem. O que é silagem? Silagem é um material produzido pela  fermentação controlada de uma forragem. A criação de um ambiente de  anaerobiose favorável para fermentação e produção de ácido lático resulta na queda do pH e garante, assim, a conservação do material e a inibição do crescimento de bactérias. Muitas pessoas pensam que o processo de ensilagem melhora o valor nutritivo da forragem conservada em relação àquela que a originou. MAS ISSO NÃO É VERDADE! O objetivo da ensilagem é  conservar o valor nutritivo inicial da forrageira. Por isso, para ter uma silagem de boa qualidade, é necessário ensilar material de boa qualidade e fazer as etapas corretamente. Por que produzir silagem? Dentre as vantagens da produção de silagem, podemos citar:
  • Fonte segura de volumosos
  • Pode representar economia de concentrados
  • As operações podem ser mecanizadas
  • Pode conservar alimentos por longos períodos
  • Permite aumentar número de animais
  • Custo de maquinário mais baixo que de um conjunto de fenação
  • Etapas da ensilagem O processo de ensilagem passa por etapas que devem ser realizadas com muita dedicação para garantir um bom resultado.
  • Plantio: Esta etapa vai do preparo do solo até a escolha do cultivar a ser usado
  • Colheita: Saber o momento ideal para colher é o ponto determinante nessa etapa, pois não pode estar muito seco e nem muito úmido.
  • Abastecimento e compactação: Estar atento à forma de distribuição no silo e à compactação.
  • Vedação: É um ponto chave para garantir a anaerobiose e evitar a deterioração da forragem
  • Desabastecimento: Este é o momento em que a silagem passa a ter contato com o ar, desencadeando a deterioração
  • Falaremos de todas essas etapas detalhadamente a seguir, mas antes vou te explicar um pouquinho mais sobre o processo de fermentação que ocorre durante o processo de ensilagem. Fases do processo de fermentação da silagem A produção da silagem passa por 4 fases divididas de acordo com o momento da fermentação do material após a vedação: Fase aeróbica, fase anaeróbica, fase de estabilidade e a abertura do silo. Fase 1: Aeróbica Esta fase inclui as etapas de  colheita até a vedação. O que ocorre:
  • O2 + enzimas respiratórias → agindo sobre açúcares → CO2 + calor
  • Proteases das plantas → agindo sobre proteínas → N solúvel (NNP)
  • Fase 2: Anaeróbica Nessa fase há a  queda do pH da massa ensilada. O que ocorre:
  • Bactérias láticas homofermentativas → agindo sobre açúcares → ácido lático
  • Bactérias láticas heterofermentativas → agindo sobre açúcares → ácido lático + ácido acético
  • Enterobactérias → agindo sobre açúcares → ácido lático + ácido acético + etc
  • Clostrídios → agindo sobre açúcares, ácido lático, aminoácidos → ácido butírico + etc
  • Fase 3: Estabilidade É quando ocorre a  estabilização do pH da massa ensilada e a  redução da atividade microbiana. Com todo esse processo entendido, vamos agora ao  passo a passo de cada etapa para a produção de silagem de qualidade. 1- Plantio A  escolha da forrageira adequada é muito importante para a qualidade da sua silagem. Alguns pontos devem ser considerados:
  • Deve ter bom valor nutritivo
  • Adequar às exigências dos animais
  • Alta produtividade, pois irá diluir custo
  • Adaptação às condições edafoclimáticas, ou seja, onde tem zoneamento agrícola para plantar qual cultura e qual cultivar esteja mais adaptado à região 
  • Além disso, os  cuidados culturais são de extrema importância para uma boa produção, sendo necessário estar atento às seguintes condições:
  • Correção do solo
  • Adubação equilibrada de acordo com a necessidade da cultura
  • Profundidade de plantio
  • Controle de quantidade de sementes
  • Controle de plantas daninhas
  • Controle de pragas, como formigas, lagartas e alguns fungos
  • 2- Colheita O processo da colheita tem impacto na compactação, fermentação, no consumo e desempenho das vacas, além de definir os custos operacionais. Tipo de maquinário para a colheita Escolher o maquinário é o primeiro passo para essa etapa da produção de silagem. As  colhedoras tracionadas por trator são maquinários mais simples e muito presente em pequenas e médias propriedades. Este equipamento tem como vantagem o seu baixo preço, com manutenção simples.Como desvantagem, podemos citar a limitação de ajustes. Já as  colhedoras autopropelidas não dependem da ação de outro equipamento, sendo muito mais tecnológicas. Elas têm como vantagem um processamento com maior precisão e mais velocidade, porém tem um valor mais alto. Elas têm como vantagem um processamento com maior precisão e mais velocidade, porém tem um valor mais alto.
    Foto: Sandra Brito. Disponibilizada em: Site Embrapa
    Ponto de colheita O grande desafio desta etapa é saber reconhecer o ponto correto para colher. O teor de  matéria seca deve estar entre 30 e 35%, pois nessa condição há o favorecimento do crescimento de bactérias láctica. Caso a colheita seja feita com a matéria seca menor do que 30%, há uma compactação excessiva, um favorecimento do crescimento de  Clostridium, ocorre lixiviação (lavagem) e fermentação butírica, apodrecendo a silagem. Já no caso da colheita feita com o teor de matéria seca maior do que 38%, a compactação não será efetiva, formando um ambiente aeróbio que predispõe o crescimento de fungos. Além disso, ocorrerá um aumento de temperatura, resultando no que chamamos de Reação de Maillard Altura de corte A parte inferior das hastes das plantas é menos digestível e contribui para a redução da qualidade da forragem como um todo, além do fato do corte muito baixo haverá maior contaminação por clostridium devido ao contato com o solo. Porém, se o corte for feito muito alto haverá uma menor produção. Apesar disso, essa pode ser uma estratégia para obter um a umento na concentração energética e redução no teor da Fibra em Detergente Neutro (FDN) na silagem. Então, para determinar qual a altura de corte ideal para a sua propriedade, você precisará analisar suas necessidades e optar por priorizar uma  maior produção (corte mais baixo) ou  maior qualidade (corte mais alto). Tamanho de partícula   O tamanho de partícula refere-se ao tamanho em que a planta será picada pelo maquinário responsável por esse processo. Ter um tamanho adequado da forragem é fundamental a  ruminação e produção de saliva, garantindo um bom ambiente ruminal, ajudando no controle do pH e viabilizando a ação dos microrganismos. Caso o corte deixe partículas grandes, a compactação será dificultada, os grãos serão menos quebrados e reduzirá o aproveitamento dessa silagem e o consumo. Já numa situação em que o corte seja muito pequeno, ocorrerá uma super compactação da silagem. Uma ferramenta muito utilizada para adequar os teores de fibra da dieta de vacas leiteiras é o  “Penn State”, um conjunto de peneira com objetivo de separar as partículas de acordo com o seu tamanho. Uma ferramenta muito utilizada para adequar os teores de fibra da dieta de vacas leiteiras é o “Penn State”, um conjunto de peneira com objetivo de separar as partículas de acordo com o seu tamanho. Na tabela abaixo podemos conferir um exemplo dos  valores recomendados de separação das partículas para silagem de milho, pré-secado e dieta total misturada Na tabela abaixo podemos conferir um exemplo dos valores recomendados de separação das partículas para silagem de milho, pré-secado e dieta total misturada Como podemos interpretar da tabela, a  peneira de 8 mm (intermediária) deve ser a com maior retenção de partículas. Isso porque o que está abaixo deste tamanho não promove a mastigação, além de resultar em inadequações de compactação. 3- Abastecimento e compactação  Esta etapa visa a  retirada total de ar para a fermentação que irá conservar o alimento. O nosso objetivo é obter uma densidade elevada, de  aproximadamente 700kg/m3, pois dessa forma teremos um menor custo com a estocagem dessa silagem, os processos de fermentação serão favorecidos e haverá redução na porosidade e presença de ar. Alguns fatores podem interferir nessa densidade desejada, como a concentração de matéria seca, o peso do trator (pneus que aplicam um maior peso por unidade de superfície), a camada que será distribuída no silo e o tamanho de partícula do material. A compactação deve ser feita com a melhor qualidade, no menor tempo possível, de forma intensa e contínua. A compactação deve ser feita com a melhor qualidade, no menor tempo possível, de forma intensa e contínua.
    Foto: Robson Fernando de Paula. Disponível em: Site
    4 – Vedação Com a vedação adequada da forragem nós queremos garantir que  não haverá a penetração do ar do ambiente externo no interior do silo. Para isso, são utilizadas lonas (lâminas de polietileno) e adiciona-se pesos sobre ela. É importante ficar atento a qualidade da lona, pois quanto mais fina, maior o risco de perdas da silagem. Um outro ponto de atenção é o uso de cercas no entorno dos silos, para evitar a aproximação de animais que podem furar a lona. 5- Desabastecimento Esta é uma etapa de grande importância, visto que será o momento em que a silagem terá  contato com o ar novamente e sairá do seu ambiente de anaerobiose e estabilidade. Para reduzir a área que entrará em contato com o ar, a face de retirada do silo deve ser mantida  plana e perpendicular ao solo e laterais. O recomendado é que se tire no mínimo  30 cm por dia após a exposição ao ar, pois é o quanto estima-se que haja de penetração de ar na massa ensilada. Por isso, os silos devem ser dimensionados para essa retirada mínima Uma estratégia utilizada é calcular a  taxa de retirada de silagem, relacionando a quantidade de silagem que se utiliza por dia em relação à área do painel (largura x altura). Fonte: Blog pecuária de precisão VEJA TAMBÉM:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

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