• Quarta-feira, 18 de junho de 2025

Secom quer usar Luz do Povo para popularizar governo Lula

Campanha começa a ser divulgada na próxima semana; estimativa é que 100 milhões de pessoas serão impactadas pelas mudanças.

A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) deve lançar na próxima semana uma campanha publicitária voltada para o programa chamado de “Luz do Povo”. A medida contida na MP (Medida Provisória) que reforma do setor elétrico amplia a isenção e os descontos na conta de luz para os mais pobres, enquanto encarece as tarifas dos demais.

Segundo apurou o Poder360, a avaliação do ministro Sidônio Palmeira é de que apesar de haver uma parcela da sociedade que sabe dos novos benefícios, ainda não é uma política do governo Lula que está popularizada.

O governo estima que mais de 100 milhões de pessoas serão impactadas pelas mudanças, direta ou indiretamente. As medidas devem começar a valer em até 45 dias.

A gratuidade será destinada a famílias com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759 atualmente) e consumo mensal de até 80 kWh (quilowatt-hora).

Também terão direito:

A Tarifa Social atende atualmente cerca de 40 milhões de pessoas, com descontos de até 65%. Famílias indígenas e quilombolas inscritas no CadÚnico que atendam aos requisitos já têm desconto de 100% até o limite de consumo de 50 kWh por mês.

A MP também estabelece desconto através da isenção do pagamento da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) para famílias com renda mensal entre meio e um salário mínimo (R$ 1.518) que consumam até 120 kWh/mês, desde que inscritas no CadÚnico.

A projeção é de uma redução de 12% nas contas de luz de cerca de 21 milhões de famílias, aproximadamente 55 milhões de pessoas.

Agentes do setor elétrico afirmam, entretanto, que o custo anual de R$ 3,6 bilhões será compensado por meio da redistribuição dos encargos aos demais consumidores, em especial da classe média.

Sidônio e sua equipe testam as medidas do governo em pesquisas periódicas, daí a percepção de que é necessário que mais pessoas conheçam o programa.

A Secom avalia que a popularização das medidas avaliadas como positivas feitas pelo governo será capaz de reverter o cenário ruim de popularidade de Lula há pouco mais de 1 ano das eleições de 2026.

Pesquisa Datafolha divulgada na 5ª feira (12.jun.2025) mostrou que 40% dos eleitores avaliam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “ruim” ou “péssimo”. Houve uma variação no limite da margem de erro de 2 pontos percentuais em comparação com abril, quando a taxa era de 38%.

Já os eleitores que acham o governo petista “ótimo” ou “bom” foram de 29% para 28% no período, também dentro da margem de erro. Outros 31% responderam que consideram a administração atual “regular”.

Uma das reclamações da Secom sob a direção de Sidônio é a falta de tempo para conseguir emplacar a pauta positiva do governo. Desde que assumiu em 14 de janeiro deste ano, foram ao menos 3 crises a serem enfrentadas pela comunicação.

Segundo Lula, 2025 seria o “ano da colheita” das boas ações de sua gestão, mas em 6 meses o que colheu foram impasses que afetaram negativamente sua popularidade, como o Pixgate, as fraudes no INSS e o decreto do aumento do IOF.

Lula está a 1 ano e 4 meses das eleições de 2026. Caso queira concorrer à reeleição, precisará reverter a baixa aprovação, que atribuía à comunicação do governo.

Advogado tributarista e analista político sob a perspectiva institucional, Arcênio Rodrigues diz que a impopularidade do petista vai além do atual momento.

“O que se observa é um esvaziamento de liderança, um Lula que já não mobiliza, não empolga e não dita mais o ritmo do debate nacional. O carisma que o levou à presidência 3 vezes parece ter dado lugar a um governo sem rumo claro, marcado por alianças desgastadas, pragmatismo excessivo e falta de entregas reais”, afirma.

Segundo apurou o Poder360, uma das estratégias de Sidônio daqui para a frente é fazer com que Lula fale mais ele próprio. O ônus desse plano é que o presidente fala mais de improviso e comete gafes.

Por: Poder360

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