O Rei Felipe 6º, da Espanha, classificou na 3ª feira (16.set.2025) como “indescritível” o sofrimento dos civis palestinos na Faixa de Gaza. A declaração do monarca, feita em visita oficial ao Egito, expõe a intensificação do distanciamento diplomático entre Madrid e Tel Aviv.
Segundo informações da Agência France Presse, Felipe 6º disse que as recentes investidas de Israel no território criaram “uma crise humanitária insuportável, um sofrimento indescritível de centenas de milhares de pessoas inocentes e a devastação total de Gaza”. O rei ressaltou que sua visita ao país árabe se dá “em um momento turbulento e trágico para a região”.
A posição do monarca reflete a política externa adotada pela Espanha, que tem se posicionado em defesa dos palestinos desde o início do conflito em Gaza, iniciado em outubro de 2023. O confronto já resultou na morte de aproximadamente 65.000 pessoas até o momento, segundo dados de autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo grupo extremista Hamas.
O governo espanhol formalizou o reconhecimento do Estado da Palestina em maio de 2024, consolidando-se entre os países europeus mais críticos às operações militares israelenses no território. A população espanhola também demonstra apoio à causa palestina. No início desta semana, aproximadamente 100.000 manifestantes tomaram as ruas de Madrid para protestar contra as ações de Israel em Gaza.
As relações entre Espanha e Israel têm se deteriorado progressivamente. Israel não mantém representante diplomático em Madrid desde 2024. Na semana passada, a Espanha retirou seu embaixador de Tel Aviv.
O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez (Psoe, centro-esquerda) expressou “profunda admiração” pelos manifestantes pró-Palestina. Ele também sugeriu vetar a participação de Israel em competições esportivas internacionais “enquanto a barbárie continuar” em Gaza.